No início de agosto, a Huawei anunciou a nova fase de licenciamento das suas patentes tecnológicas a outras empresas, com o objetivo de fomentar a inovação. As suas patentes para smartphones 4G e 5G podem ser licenciados por qualquer empresa, “com base em princípios justos, razoáveis e não discriminatórios”. A fabricante chegou a calcular um encaixe de 1,3 mil milhões de dólares em receitas baseado no licenciamento das suas patentes.
Hoje a fabricante chinesa anunciou uma importante parceria com a sueca Ericsson, válida a longo prazo e a nível global. O acordo visa um cruzamento de licenciamento de patentes de tecnologias que cobre as partes essenciais para as normalizações 3GPP, ITU, IEEE e IETF, assim como as tecnologias celulares de 3G, 4G e 5G.
O acordo vai cobrir as respetivas vendas das empresas, tanto a nível das infraestruturas de redes, como os equipamentos de consumo. Mas mais importante, é que o acordo permite às duas empresas tecnológicas terem acesso global às suas tecnologias patenteadas e normalizadas. Será esta a estratégia para a Huawei contornar as sanções impostas pelos Estados Unidos e outros países sobre o acesso às infraestruturas 5G?
“Como contribuintes principais de patentes essenciais de normalização (SEP na sigla inglesa) para a comunicação mobile, as empresas reconhecem o valor da propriedade intelectual de cada uma e este acordo cria um ambiente de patentes mais forte”, disse Alan Fan, líder do departamento de propriedade intelectual da Huawei. Acrescenta que demonstra o compromisso que as duas empresas traçaram de que a propriedade intelectual deve ser devidamente respeitada e protegida.
A Huawei afirma que nos últimos 20 anos tem sido a principal contribuinte para a normalização do ICT mainstream, incluindo tecnologia para celular, Wi-Fi e codecs de multimédia. Em 2022 a empresa assumiu o primeiro lugar no ranking de patentes registadas na Europa, com 4.505 aplicações.
Alan Fan disse que apenas na última década, a Huawei investiu 140 mil milhões de dólares em Investigação e Desenvolvimento. Em 2022 investiu 23 mil milhões de dólares, sendo o equivalente a um quarto da receita anual da empresa, colocando-a no quarto lugar do ranking global dos gastos corporativos em I&D. Segundo a PCT Yearly Review 2023, a Huawei manteve-se no topo das que mais registaram patentes pelo sexto ano consecutivo.
“O nosso compromisso em partilhar inovações tecnológicas vai conduzir a um desenvolvimento da indústria mais saudável e sustentável, oferecendo aos consumidores produtos e serviços mais robustos”, acrescentou Alan Fan no fecho da parceria com a Ericsson.
A empresa diz que o acordo foi o resultado de conversas intensas entre ambas as tecnológicas, assegurando que os interesses dos detentores das patentes e de que os vai implementar sejam servidos justamente.
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