Ao longo dos últimos três anos, a Huawei tem vindo a trabalhar para criar ferramentas para produzir os seus próprios componentes tecnológicos, depois de ter sido colocada na lista negra pelos Estados Unidos. Sem um final à vista para a resolução de uma “guerra tecnológica” que a impede aceder a tecnologia 5G, a fabricante chinesa fez um balanço do seu progresso no caminho a tornar-se independente na produção de tecnologia. Nas palavras do chairman rotativo da Huawei, Eric Xu, a empresa já criou 78 ferramentas para substituir produtos importados.

Segundo avança a Bloomberg, a Huawei já desenvolveu ferramentas de software capazes de desenhar processadores de 14 nanómetros, salientando o esforço da fabricante em ajudar outras empresas chinesas a contornarem as sanções e a substituírem a tecnologia dos Estados Unidos. A Huawei tem trabalhado com parceiros domésticos para criar as ferramentas necessárias para criar chips, embora estas ainda estejam quatro gerações atrás do que se produz atualmente. As ferramentas são conhecidas como EDA Software (Electronic Design Automation).

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O esforço pretende responder ao desafio colocado pelo presidente Xi Jinping, na necessidade de modernização e retificar elos fracos com a sua capacidade de fornecimento, reforçado igualmente pela comunidade cientifica chinesa sobre a forma de contornar a dependência dos Estados Unidos.

Apesar dos processadores de 14 nm estarem quatro gerações atrás dos mais recentes produtos disponíveis comercialmente, estes chips são a segunda tecnologia mais avançada disponível na China, uma vez que a Semiconductor Manufacturing International Corp. produz chips de 7 nm. Atualmente, a tecnologia de semicondutores utiliza processos de fabrico de 3 nm.  

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A Bloomberg refere que para construir as suas próprias ferramentas de design de chips, a Huawei recrutou engenheiros com muita experiência para conseguir obter avanços importantes em tecnologias de semicondutores. E mesmo que a Huawei consiga comprar chips mais modernos à Qualcomm com as devidas licenças, está impossibilitado de aceder à tecnologia fabricada na TSMC diretamente, uma vez que a fábrica do Taiwan utiliza tecnologia dos Estados Unidos.