A IBM lidera o ranking das empresas com mais pedidos de patentes registados em 2023, no domínio da inteligência artificial generativa, foram 1591 pedidos, pelas contas do IFI. A Google e a Microsoft seguem-se nesta tabela dos mais inovadores, a alguma distância da líder IBM e também com alguma diferença entre si. A Google submeteu 1.037 pedidos e a Microsoft 695.
Curiosamente, a OpenAI, talvez a empresa mais óbvia quando se pensa em GenAI porque criou o ChatGPT, está afastada da liderança deste campeonato. Não está sequer no top 25 e os autores do estudo que apura estes dados, só conseguiram identificar cinco pedidos de patente submetidos pela empresa. Podem de facto não haver outros, podem existir e ainda não serem do domínio público, ou a companhia pode estar a reservar esse passo para mais tarde, para que ninguém externo tenha acesso aos seus segredos. Enquanto isso, em destaque na lista apurada neste IFI Insights: Opening the Patent Picture on Generative AI estão também nomes como a Samsung, a Intel ou a Adobe, a chinesa Baidu e a Deepmind, que pertence à Google.
O mesmo estudo mostra que a GenAI deu o mote para 22% dos pedidos de patente relacionados com inteligência artificial, submetidos no ano passado. E também refere que, de forma genérica, a IA continua a ser uma das áreas onde o pedido e registo de patentes mais tem crescido. Só nós últimos cinco anos foram registados meio milhão de patentes no domínio da IA.
Por áreas, dentro da GenAI, os dados mostram que muitas empresas estão concentradas numa categoria de investigação referenciada como sistemas computacionais baseados em modelos biológicos, consumidora massiva de energia e capacidade de computação. Outras empresas, como a IBM, a Google ou a Samsung estão focadas nas quatro áreas onde a IA pode contribuir para gerar conteúdo: vídeo, texto, voz e imagem. Outras ainda estão a concentrar os seus esforços de I&D neste domínio, só em algumas áreas. É o caso da Apple, que só tem patentes na área de voz, ou da Nvidia que pediu patentes para proteger invenções com GenAI nos domínios do vídeo e da imagem.
“Embora a IA generativa pareça uma novidade aos olhos do mundo, os pedidos de patente submetidos mostram-nos que as tecnologias em torno desta forma de inteligência artificial estão em desenvolvimento há já algum tempo”, sublinha Ronald Kratz, CEO do IFI Claims Patent Services.
O mesmo responsável destaca que, como sempre tem acontecido na histórica da tecnologia, as patentes dão um bom indicador das empresas que vão dominar um determinado espaço, mais à frente quando o mercado estiver maduro.
Para já, o destaque na GenAI vai para a IBM, que sempre apostou em força na I&D e no registo de patentes associado às invenções que daí resultaram. A empresa foi mais de 25 anos líder do ranking da IFI nos EUA, em 2023 perdeu a posição para a Samsung. A nível mundial, fechou 2023 na quarta posição da tabela geral global, um lugar que reflete a aposta estratégica do grupo em reduzir o número de áreas de foco e investimento em I&D.
Uma destas áreas é precisamente a inteligência artificial e os números mostram que a “máquina de criar patentes” da Big Blue continua a funcionar bem, mesmo num terreno cheio de concorrentes mais novos. Em 2023, a empresa submeteu quase 1.500 pedidos de patentes relacionados com GenAI, mas no total, somando os anos anteriores, tem mais do dobro (3.432).
O serviço de pedido de patentes do IFI é detido pela Digital Science, uma empresa de tecnologia que recolhe e analisa dados sobre o registo de marcas e patentes nos Estados Unidos e em agências parceiras noutras partes do globo.
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