Entre as empresas portuguesas o uso do sistema operativo Linux está a aumentar, apurou a IDC. A consultora apurou que 22 por cento das organizações já aderiu ao open source, subindo essa percentagem para 81 por cento no caso das companhias que se integram no sector económico das telecomunicações, transportes, utilities e media.

Os dados constam do estudo estudo “Open Source & Linux: Caracterização do
Mercado em Portugal, 2006” que a IDC Portugal realizou junto de 188 empresas de vários sectores económicos, sendo a amostra escolhida entre empresas com mais de 99 colaboradores. Foram ainda inquiridos 96 organismos da administração pública central e local.

Para além dos valores apurados para a adesão a Linux, a taxa de utilização a outras aplicações open source é também elevada entre os inquiridos, com 13 por cento a admitir usar aplicações deste tipo. Já 84 por cento das organizações não manifestaram qualquer intenção de utilizar este tipo de aplicações, indica a IDC em comunicado.

Entre as vantagens apontadas pelas organizações para a utilização do open source contam-se a redução de custos de licenciamento de software e a independência face aos fornecedores, mas os inquiridos apontam também desvantagens, nomeadamente no desconhecimento técnico e disponibilidade interna e externa para explorar a plataforma.

O sector das telecomunicações, transportes, utilities e media é, como já tinha sido referido, o que adere em maior percentagem ao Linux, seguindo-se a Administração Pública, com taxas de 81 e 42 por cento respectivamente. No sector financeiro a taxa de utilização é de 32 por cento e na distribuição e retalho de 28 por cento, enquanto a indústria tem a menor taxa de uso de Linux, com apenas 8 por cento.

O relatório da IDC aponta porém o facto de o Linux ser usado na estratégia das organizações principalmente em projectos simples, em aplicações que não colocam em risco as funções vitais do negócio.

Gabriel Coimbra, Research & Consulting Manager da IDC Portugal, admite que o Linux e as aplicações open source atingiram já um grau de maturidade considerável, apresentando-se como uma alternativa sólida e credível ao software proprietário. O responsável realça ainda que “a oferta de serviços de TI de apoio à utilização do Linux/Open Source também está a ser dinamizada, em virtude das movimentações do mercado”, o que justifica que a principal preocupação do mercado tenha passado do suporte e integração para a gestão de operações e outsourcing.

As previsões internacionais da IDC indicam que, em 2009, 26 por cento dos servidores vendidos vão integrar Linux, numa tendência crescente de utilização que a Europa Ocidental, e principalmente o sector da Administração Pública, lideram.

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