A empresa de consultoria apresentou hoje as previsões para a evolução do sector das TIC em Portugal, identificando sinais de recuperação que aceleram a transformação digital com base naquilo que a IDC apelida de 3ª plataforma.

Depois de cinco anos com quebras de investimento, o mercado português de TI vai voltar a crescer, ainda que ligeiramente. Segundo a IDC, a despesa vai ultrapassar os 3,25 mil milhões de euros, num crescimento de 0,9% face ao ano passado. Em sentido contrário, os serviços de comunicações vão manter o registo negativo.

“Em termos empresariais, a melhoria das condições da atividade económica tem reflexos nas prioridades de negócio das organizações nacionais o que influencia diretamente o investimento em tecnologia”, refere a consultora.
Apesar da redução de custos surgir ainda entre as principais preocupações dos executivos, a melhoria da eficiência operacional passou para primeiro lugar.

Fatores como a inovação de produtos e serviços, a atração e retenção de clientes e a expansão para novas geografias estão também no topo das prioridades de negócio, traduzindo-se em áreas concretas de investimento em TI, nomeadamente na adoção de serviços de Cloud Computing de forma a apoiar a internacionalização e aumentar a flexibilidade e eficiência dos processos, assim como na implementação de projetos de mobilidade corporativa para aumentar a produtividade dos colaboradores e melhorar o relacionamento com clientes.

A renovação de alguma da infraestrutura tecnológica, tal como um crescimento nas soluções de segurança de informação e implementação de soluções de negócio (ERP e CRM) são também apontados no estudo da IDC.

A internacionalização continua no radar das tecnológicas nacionais que olham para o crescimento dos países emergentes como uma oportunidade para ganhar escala, sobretudo face ao crescimento de apenas 3,3% no mercado europeu de TI, e de 0,9% em Portugal. Para as tecnológicas internacionais a operar em Portugal a IDC admite que a procura de novas fontes de receita para além do mercado interno seja uma alternativa, e aponta como exemplo os serviços nearshore e centros de competência internacionais.

50% das empresas aderem à Cloud
Entre os dados das previsões hoje divulgadas está a adesão à cloud por parte das médias e grandes organizações portuguesas, que deve ultrapassar os 50% em 2014. O valor do mercado deverá crescer mais de 20% em todo o mundo e quase 30% em Portugal, com o mercado de cloud pública e privada a atingir os 90 milhões de euros este ano.

Um inquérito da IDC permite concluir que, à semelhança do que acontece em economias mais desenvolvidas, mais de 50% das organizações nacionais vai avaliar em primeiro lugar as ofertas de cloud computing disponíveis no território nacional, pelo menos no caso de novos projetos.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico