A Intel deve anunciar esta semana um novo plano de despedimentos que afetará 20% da sua atual força de trabalho, o que corresponderá a 21.000 empregados. A informação está a ser avançada pela agência Bloomberg, que cita fontes próximas ao processo.

A nova reorganização será a primeira anunciada pelo novo CEO da empresa, Lip-Bu Tan, que tomou posse recentemente e que assumiu os comandos da empresa com a missão difícil de levar a Intel a recuperar a posição dominante que já teve no mercado de processadores.

O plano de cortes será anunciado como uma das medidas para tornar a estrutura da empresa mais eficiente, reforçar as operações mais críticas para a atividade da companhia e recuperar uma cultura de empresa “orientada para a engenharia”. Em breve, espera-se também que a Intel anuncie resultados do primeiro trimestre, que ainda não foram comunicados.

Recorde-se que, ainda sob a gestão de Patrick Gelsinger, a Intel anunciou no verão passado uma redução de 15.000 colaboradores, no âmbito de um plano de corte de custos que foi altamente criticado pelos acionistas e que acabou por levar ao afastamento do gestor.

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O ex-CEO da Intel foi mesmo levado a tribunal por um grupo de acionistas e acusado de gestão danosa, por causa das medidas anunciadas terem provocado uma descida abrupta no preço das ações da companhia. O processo acabou por não ter consequências para a empresa, porque não foram encontrados indícios de gestão danosa.

Nos últimos cinco anos, as ações da Intel desvalorizaram 67%. A empresa tem posto em marcha diferentes planos estratégicos para acelerar caminho e ganhar uma posição confortável, num mercado onde os chips com capacidades para processar tarefas de inteligência artificial se impuseram.

Desde que assumiu o cargo, em março, o novo CEO da companhia também já tomou algumas decisões importantes para reorientar a Intel para as suas áreas core e aligeirar a estrutura da companhia. Uma das mais recentes foi a venda de 51% do capital da Altera à Silver Lake, em linha com o plano anunciado mal tomou posse de fazer uma separação clara entre áreas estratégicas e não estratégicas da companhia, para se desfazer destas últimas.