O investimento de capital de risco com origem nos Estados Unidos e destino nas startups europeias tem vindo a crescer de ano para ano. Em 2020 bateu recordes e em 2021 espera-se que continue a destacar-se.
Segundo o relatório anual da PitchBook o investimento de capital de risco norte-americano em stratups europeias cresceu 19,4% em 2020, para um valor total de 23 mil milhões de euros. O mesmo relatório mostra que investidores americanos garantiram presença em cinco das seis maiores operações de capital que o ecossistema europeu de startups teve no ano passado.
Os dados mostram ainda que o investimento americano se divide por projetos com diferentes estádios de maturidade e tem crescido também nas fases de financiamento early stage. No ano passado foram investidos 3,1 mil milhões de euros por instituições americanas em primeiras rondas de investimento. É mais um recorde, registado pela CB Insight, que destaca o interesse dos investidores pelas fintech.
A Business Insider nota a propósito que nos últimos 18 meses os principais fundos de Silicon Valley chegaram à Europa e os que já cá estavam intensificaram investimentos na região, como o Sequoia Capital ou o Lightspeed Venture Partners, entre outros, e cita dados da Atomico para avançar que 552 entidades dos EUA participaram em, pelo menos, uma ronda de financiamento na Europa no ano que passou. O número representa um crescimento de 36% nos últimos quatro anos.
A explicar o encanto dos investidores norte-americanos pelas startups europeias está a promessa de ganhos, face ao valor do investimento - quer pelo valor das empresas, quer pelo valor das rondas - que por norma é menor na Europa.
“As startups europeias têm procurado investidores americanos com o objetivo de crescerem mais rapidamente a nível internacional”, defendeu à publicação Nalin Patel, analista para a EMEA da PitchBook. “Por seu lado, algumas startups europeias são uma alternativa de investimento mais barata, face às startups altamente valorizadas dos EUA”, acrescentou o responsável.
O percurso de sucesso e crescimento de um número alargado de startups europeias também tem chamado a atenção dos investidores. A região produziu 60 unicórnios nos últimos anos, empresas com uma valorização acima dos mil milhões de dólares, uma amostra que também tem representantes nacionais como a Talkdesk, a Outsystems ou a Farfetch.
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