Na sequência da decisão hoje comunicada pela Comissão Europeia de multar a Microsoft em 497 milhões de euros, obrigando ainda a empresa a remodelar a sua estratégia na área dos sistemas operativos, os responsáveis da gigante de software confirmam a sua intenção de recorrer ao Tribunal de primeira instância do Luxemburgo, alegando que um acordo amigável seria mais benéfico para os consumidores e a indústria de software.
Antecipando uma decisão provável da Comissão Europeia depois das negociações entre as duas partes terem falhado, os responsáveis da Microsoft tinham já afirmado que a empresa iria recorrer desta "sentença" para as instâncias judiciais. Hoje a decisão foi oficialmente confirmada por Brad Smith, vice-presidente sénior e conselheiro geral da Microsoft.
"Trabalhámos muito para chegar a um acordo que cumprisse as preocupações da Comissão Europeia e que mantivesse a nossa capacidade de inovar e melhorar os nossos produtos para os consumidores", afirmou Steve Ballmer, presidente executivo da Microsoft, em comunicado. "Respeitamos a autoridade da Comissão, mas acreditamos que o acordo que propusemos na semana passada ofereceria mais escolhas e benefícios aos consumidores", acrescenta.
Brad Smith não afasta a hipótese da empresa de software continuar a negociar com a Comissão Europeia enquanto o caso corre judicialmente, já que acredita que a decisão da Comissão, a ser aplicada, reduziria a possibilidade de escolha dos consumidores e prejudicaria os produtores europeus de software.
De acordo com informação disponibilizada pela Microsoft, os acordos propostos à Comissão Europeia visavam a interoperabilidade e a integração da funcionalidade do media player no Windows, garantindo um acesso sem precedentes da concorrência à sua tecnologia. Segundo esta proposta, qualquer computador pessoal vendido com o Windows teria integrado três media players de diferentes produtores, o que garantiria a distribuição de mais de mil milhões de aplicações de leitor multimédia nos próximos três anos. A pedido da própria Comissão Europeia, muitas destas propostas tinham efeito mundial, não estando limitadas ao território europeu.
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