Acompanhar a evolução e garantir a preservação do Espaço para as gerações futuras são os principais objetivos de uma nova estratégia integrada da NASA para a sustentabilidade espacial.
A agência norte-americana quer oferecer “liderança global, apoiar o acesso democrático ao espaço e garantir que as missões e operações da NASA melhoram a sustentabilidade espacial”, refere em comunicado.
Entre melhores práticas, ferramentas analíticas e tecnologias amplamente adotadas, a estratégia centra-se nos avanços já feitos para medir e avaliar a sustentabilidade espacial, identificando formas económicas de atingir as metas propostas, incentivando a adoção de práticas sustentáveis através de tecnologia e políticas de desenvolvimento.
Desenvolvida sob a liderança de um conselho consultivo interagências, a abordagem da NASA à sustentabilidade espacial reconhece quatro domínios operacionais: Terra, órbita terrestre, a área orbital próxima e em redor da Lua - conhecida como espaço cislunar - e o espaço profundo, incluindo outros corpos celestes. A primeira parte da estratégia vai centrar-se na sustentabilidade na órbita da Terra, seguindo-se volumes adicionais focados noutros domínios, refere a agência.
O “ambiente espacial” está a assistir ao rápido surgimento de atividades comerciais, como o aumento do número de satélites na órbita baixa da Terra e planos para a utilização de constelações de satélites e naves espaciais autónomas, assim como à escolha do Espaço como destino turístico, nota a NASA. Este aumento da atividade traz, por outro lado, desafios, como a saturação operacional e a subida do volume de detritos. O objetivo da agência é compreender os riscos e as vantagens para a sustentabilidade do espaço associados a este crescimento, acrescenta.
São vários os métodos que têm sido apresentados para contribuir para a sustentabilidade do Espaço, entre os quais um em desenvolvimento por investigadores da Universidade de Coimbra.
Denominado “Algoritmos de detritos espaciais em imagens de constelações de satélites para a caracterização e determinação orbital de detritos”, o projeto tem como objetivo identificar e caracterizar o lixo espacial.
Já na Universidade de Glasgow está em desenvolvimento o Ouroborous-3, que propõe foguetões que se consomem a si próprios. O projeto propõe usar o calor gerado pela combustão para derreter a fuselagem de plástico, que serve como um dos combustíveis.
Segundo os investigadores, à medida que o foguetão entra em órbita, a fuselagem plástica derrete, alimentando a câmara de combustão do motor e queimando em conjunto com propano líquido e oxigénio em estado gasoso, que se afirmam como os combustíveis principais.
Veja o vídeo do mais recente teste ao Ouroboros-3
A equipa acredita que esta opção acaba por ser mais vantajosa não só por permitir que o foguetão se consuma a si próprio, reduzindo a quantidade de lixo espacial que há em órbita da Terra, mas também porque acaba por dar ao veículo mais espaço para transportar cargas, uma vez que não precisa de levar tanto combustível para a viagem.
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