A noite eleitoral nos Estados Unidos também animou os mercados financeiros, com vários indicadores a oscilarem para refletir o impacto da provável vitória de Donald Trump nas eleições. A principal moeda digital, a Bitcoin, é um dos ativos que até agora mais reflete o impacto da, já celebrada mas ainda não oficialmente confirmada, mudança de cor na presidência norte-americana.
Esta madrugada cada Bitcoin chegou a valer mais de 75 mil dólares, atingindo um novo máximo histórico. Neste momento, o valor unitário da moeda já caiu abaixo dos 74 mil dólares, o que ainda assim é uma subida histórica, que permite ultrapassar o maior pico de valorização deste ano, atingido em março passado. Só desde a meia noite a Bitcoin valorizou 6,2%. Outras moedas virtuais estão também a valorizar desde a última madrugada, como mostram os dados do Google Finanças.
Durante o mandato de Joe Biden o sector cripto enfrentou mais regulação e os planos democratas previam ainda mais regras e obrigações de transparência para este mercado, embora Kamala Harris já tivesse dito que queria apoiar o desenvolvimento do sector.
Trump já teve opiniões muito negativas sobre este tipo de ativos. Em 2021 chegou a chamar “esquemas” às negociações com moeda digital. Durante a campanha para a nova corrida à Casa Branca ex-presidente mostrou-se muito mais favorável a medidas para promover o crescimento do sector e chegou a dizer num comício que quer fazer dos Estados Unidos “a maior capital cripto do planeta e a superpotência bitcoin no mundo”.
Entre ações e intenções vale a pena lembrar que durante a campanha foram revelados os resultados de um estudo onde se concluía que quase metade dos donativos feitos às campanhas eleitorais para as presidenciais norte-americanas por empresas, através das Super PACs, vinham da indústria da criptografia.
Os dados compilados pela ONG Public Citizen mostravam que as campanhas receberam 119 milhões de dólares de empresas nesta área, um valor muito superior àquele que foi “investido” por outros lobbies mais habituais neste tipo de apoios, como a indústria do petróleo ou a banca.
As duas empresas mais condicionadas pela regulação durante o mandato de Joe Biden, a Coinbase e a Ripple, foram responsáveis por 80% dos donativos contabilizados até meados de agosto, como revelava na altura a CNCB.
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