Em lugar da anunciada extinção de alguns dos organismos do antigo Ministério da Ciência e da Tecnologia, nomeadamente o Observatório das Ciências e das Tecnologias (OCT) e o Instituto de Cooperação Científica e Tecnológica Internacional (ICCTI), existirá antes uma reestruturação que tem por objectivo a racionalização dos meios e o alargamento das competências à área do Ensino Superior, de acordo com o explicado por Ramôa Ribeiro, que na próxima segunda-feira tomará posse como presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), em declarações à agência de notícias LUSA.



Segundo o mesmo responsável, os dois organismos deverão deixar de estar vocacionados apenas para assuntos ligados à ciência para privilegiarem também aspectos relacionados com o Ensino Superior, integrado no ministério da Ciência pelo actual Governo.



No entanto, sublinhou Ramôa Ribeiro, apenas Pedro Lynce, o actual ministro da Ciência e do Ensino Superior, poderá adiantar mais acerca das reestruturações previstas para estes organismos, que deverão ficar esclarecidas quando for publicada, segunda-feira, a lei orgânica do novo Ministério.



Em declarações à agência LUSA o novo presidente da FCT defendeu também que a investigação científica tem de resolver problemas concretos da sociedade portuguesa, "para que seja melhor compreendida por todos (...) e se perceba a importância dos investimentos feitos na área".



Ramôa Ribeiro fala em dois grandes objectivos para a FCT: criar os conselhos científicos já previstos na lei orgânica da Fundação e promover uma maior ligação entre ciência e sociedade de modo a que exista um maior envolvimento do tecido empresarial na ciência, além de uma cooperação entre vários ministérios do executivo em projectos que aliem a investigação científica a problemas concretos da sociedade portuguesa.



Criada em Julho de 1997 e presidida até à data por Luís Magalhães, a FCT surgiu com o intuito de promover a investigação científica e o desenvolvimento tecnológico nacionais pelo financiamento de bolsas, projectos e instituições de investigação científica. Ramôa Ribeiro assegurou à LUSA que as linhas gerais do funcionamento da Fundação serão mantidas, nomeadamente no que diz respeito às bolsas atribuídas, aos projectos em curso e aos Laboratórios do Estado.



No entanto, a nova presidência da Fundação vai introduzir a figura dos conselhos científicos, previstos, aliás, na lei orgânica da FCT, cuja missão será a de acompanhar os projectos aprovados e em curso.



Também a considerar será a criação de um conselho consultivo que integre os presidentes dos conselhos científicos além de representantes do tecido empresarial e outros.



Entre 1989 e 1995, anos de governo social-democrata, Fernando Ramôa Ribeiro ocupou o cargo de vice-presidente da Junta Nacional para a Investigação Científica e Tecnológica (JNICT). Até 1997 assumiu a presidência desta instituição, altura em que o então ministro da Ciência e da Tecnologia, José Mariano Gago, procedeu à divisão da JNICT em três instituições, a FCT, o OCT e o ICCTI.



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