A Europa tem experienciado catástrofes naturais, como incêndios e inundações, um extremo registado no último ano. As autoridades de segurança pretendem responder com a máxima eficácia os pedidos de socorro e por isso está a desenvolver o projeto OVERWATCH (Integrated holographic management map for safety and crisis events). São cinco os países envolvidos (Portugal, Itália, Polónia, Dinamarca e Alemanha) através de 10 parceiros, onde se incluem a ISQ, INESC TEC e a CINAMIL.

O projeto, que é coordenado pela empresa italiana ITHACA, tem um investimento total de 3 milhões de euros para os próximos três anos. E trata-se de um sistema holográfico integrado para dar apoio aos operacionais na gestão dos meios de combate a incêndios e inundações, por exemplo, utilizando a inteligência artificial como recurso.

Segundo explicou Pedro Matias, presidente da ISQ, o sistema utiliza algoritmos de aprendizagem automática, permitindo analisar e consolidar dados recebidos pela observação da Terra e por drones. As zonas de incêndios florestais ou com inundações são identificadas mais rapidamente. Refere ainda que os algoritmos de IA são usados no processamento dos dados, realçando as frentes dos incidentes e disponibilizar aos utilizadores as ferramentas de ajuda para se tomarem melhores decisões de quem coordena as operações no terreno e utilizar os meios disponíveis de forma mais eficiente.

Das duas demonstrações previstas do projeto, uma será realizada em Portugal. Vai ser simulado um incêndio florestal e a respetiva resposta das equipas de combate a incêndios florestais, suportados pelo OVERWATCH.

A tecnologia combina os serviços de satélites como o Copernicus e o EGNSS, novas tecnologias digitais, IA e drones. O novo sistema OVERWATCH é referida como uma ferramenta avançada de perceção sensorial de elevada resiliência nos cenários de catástrofe, disse o investigador da INESC TEC, Hugo Silva. A contribuição desta organização passa por desenvolver um módulo de comunicações móvel que utiliza um drone tethered, uma ligação de banda larga via satélite para fornecer as necessárias comunicações por Wi-fi e 5G às equipas de emergência, mas também ao sistema OVERWATCH, em caso de falha nas comunicações.

O sistema pretende complementar a rede de emergência existente, introduzindo novos casos de uso com requisitos de comunicações mais exigentes do que a tradicional voz. As plataformas robóticas vão poder recolher uma quantidade massiva e automatizada de informação, suportando os sistemas holográficos para reconhecimento situacional.