O regresso de Paddy Cosgrave a Lisboa, depois da “abstinência” de um ano, ligado à polémica com as declarações que proferiu sobre a guerra na Faixa de Gaza, tem sido feito com um “sorriso envergonhado” quando está frente a frente com jornalistas. Isso ficou patente na conferência que deu durante o Web Summit à imprensa em ano de regresso, esquivando-se sempre a essa mesma questão, procurando “chutar a bola para a frente” e falar no presente, na corrente edição e o futuro do evento tecnológico.

Começou por atirar os números deste ano que já são um cartão de visita para quebrar o gelo, destacando os recordes alcançados na presente edição, sejam os números de startups, o aumento da presença de mulheres líderes de empresas e startups (em 44%), mas também nas receitas, tendo crescido 30%, um máximo histórico, registando 4 ou 5 milhões de euros de lucros.

Questionado pelo SAPO TEK quais foram as principais diferenças entre um ano em que o evento quase colapsou para o registo de recordes e se Lisboa continua a ser interessante para a empresa para dar continuidade ao contrato para além de 2028, Paddy Cosgrave prefere saborear o momento, referindo que ainda faltam alguns anos até essa decisão. “Em termos tecnológicos, 2028 parece quase no próximo século”. Mas afirma que se depender de si o casamento vai continuar. “O Web Summit encaixa perfeitamente em Lisboa e espero ficar aqui para sempre". Aponta que chegou a Portugal este ano com um novo governo e que ainda está a conhecê-lo.

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Em comparação ao ano passado, destaca o colapso da dot-com, que fez abrandar o investimento nos 24 meses seguintes, mas isso não impediu as pessoas de abrirem empresas e startups, “em particular ligadas a IA, com um grande número de startups em bootstrap, o que significa que estão a começar negócios sem levantar capital externo. Muitos deles têm o produto, têm os clientes e têm receitas”. E com isso considera que este ano, este tipo de empresas atingiu os números mais elevados de sempre.

A escolha "certa" de Lisboa

Ainda falando de Lisboa, quando em 2016 escolheu Lisboa foi criticado, pelo tamanho da cidade e do país. Mas que todos estes anos depois viu a capital de Portugal a tornar-se também a Capital Europeia da Inovação. Apesar de assumir que o Web Summit teve algum papel nessa decisão, Paddy Cosgrave refere que muitos dos ingredientes já cá estavam quando decidiu vir para Lisboa em 2016.

Explicou ainda que a sua ausência fê-lo refletir melhor de qual era a essência do Web Summit, falou com amigos, aconselhou-se e uma das conclusões que chegou foi que nos anos anteriores haviam grandes festas, mas uma enorme falta de intimidade. Por isso, além da limitação dos locais da Night Summit para haver dispersão dos visitantes, introduziu na aplicação a funcionalidade de meetups para incentivar a criação de grupos de interesse.

Questionado sobre a expansão do Web Summit, que chegou ao Brasil e em breve a Vancouver e Qatar, Paddy Cosgrave está em conversações com ministros de países em África e na Ásia com Hong Kong para levar o evento para os respetivos continentes, espera fazer um Web Summit em Tóquio. Uma das “consequências” de ter levado o Web Summit para o Rio de Janeiro é que este ano a delegação de startups brasileiras é a maior de sempre, “estão presentes mais que portuguesas”. De recordar que Portugal tem 125 startups no evento, considerado um máximo presente no Web Summit.

O SAPO TEK vai estar a acompanhar o Web Summit e pode seguir todas as notícias no dossier especial Web Summit 2024 e partilhar também as suas impressões ou novidades com a redação através do email geral@tek.sapo.pt. O SAPO é media partner e pode ver também aqui as transmissões do palco principal, em streaming.

Acompanhe a transmissão do Web Summit em direto:

Nota de redação: Notícia atualizada com mais informações. Última atualização: 12h46.

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