Portugal já foi reconhecido como um dos melhores destinos para o outsourcing de proximidade, o nearshore, mas a associação Portugal Outsourcing quer reforçar essa imagem do país e atrair mais investimento externo para o setor. A ideia foi reforçada esta manhã durante a conferência anual da associação, onde foi divulgado o novo estudo do posicionamento competitivo do país.

"O nosso país tem de ser consistente [na promoção do setor]. Esta é uma área onde não se perdoam as hesitações", sublinhou Carlos Lourenço, membro da direção da associação. Embora Portugal tenha as infraestruturas e condições que o colocam entre os mais competitivos nesta área, é preciso ter um discurso consistente sobre a aposta no outsourcing, preparar medidas e fazer um trabalho conjunto que a associação tem vindo a promover, defende.

Esse trabalho passa também pela aposta do Estado e das empresas nacionais no Outsourcing, lembrou Rogério Carapuça. "Para vendermos lá fora temos de dar exemplos internos", afirma.

O Administrador da Novabase, e membro da direção da associação Portugal Outsourcing, apresentou os resultados da quarta edição do estudo sobre o posicionamento competitivo de Portugal, mostrando que face ao último ano houve algumas áreas onde o país perdeu competitividade, apesar de ter melhorado noutros indicadores.

Numa comparação com 9 países, onde se incluem países de Leste mas também o Reino Unido, a Irlanda e a Holanda, Portugal perdeu duas posições na área do crescimento da economia, ficando agora na última posição, mas melhorou no indicador relativo à facilidade de fazer negócios, subindo para terceiro lugar, mantendo também boas classificações na área de infraestruturas.

Nas competências há também indicadores positivos com a evolução das qualificações académicas dos jovens, e a flexibilidade da regulação laboral pesa também de forma positiva, assim como a disponibilidade dos recursos humanos.

"As empresas portuguesas estão mais focadas nos mercados externos, e as que vão sobreviver a esta crise são as que fizeram este percurso. E os resultados estão a aparecer", disse ainda Rogério Carapuça em jeito de conclusão. No entanto, não deixa de apontar oportunidades de melhoria, nomeadamente na necessidade de recuperar o atraso na melhoria da eficiência da Administração Pública e no alívio da carga fiscal das empresas.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador