Os dados foram divulgados hoje pela instituição académica, que conta, a nível nacional, com a parceria exclusiva da Porto Business School para a elaboração do ranking que avalia a competitividade digital de 64 países. A melhoria da posição de Portugal, que sobe ao 36º lugar, ganhando duas posições, é um dos destaques do estudo do IMD – Institute for Management Development.
Nem tudo são notícias positivas, mas em alguns dos pilares do ranking Portugal conseguiu melhorar a sua posição, o que justifica a subida de dois degraus. Na “Formação e educação” passou de 36º para 34º e na “Concentração científica” de 27º para 26º na lista dos países. Sinais positivos também no “Rácio aluno/professor (ensino superior)”, onde se fixa na 12º posição, e em “Licenciados em Ciências”, onde Portugal ocupa a 16º.
Em sentido contrário, no fator “Conhecimento” Portugal desce duas posições. E há ainda fraquezas evidenciadas nas categorias de “Experiência internacional” e a “Formação dos trabalhadores”.
"Este ranking reafirma a posição de Portugal como um competidor dinâmico no panorama global. Na Porto Business School, estamos comprometidos em fomentar a inovação e a educação, focalizando especialmente em áreas cruciais, tais como liderança, transformação digital, inteligência artificial e cibersegurança, impulsionando, assim, a contínua melhoria dos avanços”, defende José Esteves, dean da Porto Business School.
No ano passado Portugal tinha recuado quatro posições, para o 38º lugar, depois de em 2021 ter conseguido chegar à 34ª posição.
O comunicado enviado à imprensa dá nota ainda que, este ano, no fator “Tecnologia”, apenas se verificaram melhorias no “Enquadramento tecnológico” (de 48º para 46º), com o “Capital” (49º) e o “Enquadramento regulatório” (27º) a descerem uma e oito posições, respetivamente. Dentro destes indicadores, as “Políticas de imigração” (6º) e as “Tecnologias de comunicação” (8º) são as principais forças de Portugal, sendo a principal fraqueza os “Assinantes de banda larga móvel”.
Veja nas imagens os resultados de Portugal no ranking
O ranking faz ainda a análise da “Preparação para o futuro”, onde Portugal subiu nove lugares no subfator “Atitudes de adaptação” (26º) e dois em “Agilidade empresarial” (58º), mantendo a 25ª posição em “Integração de TI (Tecnologia de Informação)”.
De destacar que Portugal lidera, a nível mundial, na “Regulamento de proteção de dados”, mas revela fraquezas na “Agilidade empresarial” e no “Uso de big data e analytics”.
Para além da posição no ranking global, que é agora de 36º, a IMD fez também contas ao desempenho de Portugal a nível regional, indicando que, num grupo composto por 41 países da Europa, Médio Oriente e África –, Portugal está em 24º lugar.
Se for considerada a densidade populacional, o retrato é ainda melhor e num grupo de 37 países com menos de 20 milhões de habitantes Portugal fica classificado na 22ª posição.
Estados Unidos recuperam a 1ª posição, Dinamarca cai para 4º lugar
O Ranking Mundial de Competitividade Digital 2023 estudou 64 economias, incluindo, pela primeira vez, o Kuwait. Todas são analisadas em três fatores principais: “Conhecimento”, “Tecnologia” e “Preparação para o futuro”, sendo estes divididos em nove subfatores, compreendendo um total de 54 critérios que são quantificados através de dados concretos e respostas de executivos a um inquérito.
Em 2022 os Estados Unidos tinham perdido a primeira posição, o que aconteceu pela primeira vez desde a criação do Ranking Mundial de Competitividade Digital do IMD, em 2017. Na altura o país foi ultrapassado pela Dinamarca e agora volta à liderança, com "resultados robustos" nos três fatores: “Conhecimento”, “Tecnologia” e “Preparação para o futuro”.
A Dinamarca teve uma queda significativa, para o quarto lugar, o que o IMD atribui a um declínio nos fatores de “Preparação para o futuro” e “Tecnologia”.
Em sentido contrário, os Países Baixos subiram quatro posições face a 2022 e estão este ano em segundo lugar. Singapura completa o pódio, tendo conquistado o primeiro lugar no fator “Tecnologia”. A Suíça, que é a economia mais bem classificada no fator “Conhecimento”, manteve a mesma posição da edição anterior, completando o top 5.
Transformação digital com foco na Inteligência Artificial
Para além da posição dos países nos fatores principais, o documento tem este ano uma visão sobre a forma como os diferentes países estão a abordar a transformação digital na era da inteligência artificial.
“Embora não meçamos indicadores específicos de IA, esta tecnologia está silenciosamente no centro de vários dos subfactores que quantificamos: talento, quadros regulamentares e tecnológicos e atitudes de adaptação e agilidade empresarial. A nível de dados, a qualidade da regulamentação digital, o financiamento disponível para o desenvolvimento tecnológico e o grau de agilidade empresarial são todos parâmetros que estão interligados com a IA”, explica Arturo Bris, diretor do Centro de Competitividade Mundial da IMD, em comunicado.
A atenção crescente à cibersegurança é também destacada no relatório. Dos 4.000 executivos seniores de todo o mundo que responderam ao inquérito, apenas cinco por cento afirmaram não ter implementado quaisquer novas medidas de cibersegurança no último ano.
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