A aplicação está disponível desde a passada quinta feira, como o TeK noticiou, e traz para os bolsos dos utilizadores a possibilidade de se orientarem em percursos com os transportes públicos em Lisboa, Porto, Funchal e Coimbra, mas a prazo pode chegar a mais localizações.

Antes de lançar a Moovit, Alex Mackenzie Torres trabalhou durante 8 anos na Google e os mapas estiveram sempre na sua linha de vista. Nos últimos anos ajudou a desenvolver a aplicação que já foi comparada com a Waze e que já está em mais de 700 cidades, em mais de 60 países, num crescimento acelerado que incluiu o lançamento em 400 cidades em 2015.

Em entrevista ao TeK Alex Mackenzie Torres admitiu que defendeu pessoalmente o lançamento em Portugal, onde acredita que existe uma conjuntura favorável à inovação. “Portugal tem o contexto ideal para inovar e queremos ajudar as autoridades de transportes”, explicou ao TeK, adiantando que a empresa está disposta a colaborar, partilhando a sua experiência acumulada de melhoria dos dados.

O crescimento do turismo e a aproximação da realização do Websummit também são fatores que a Moovit considerou para este lançamento, assim como o interesse dos utilizadores que fizeram mais de 125 mil downloads da aplicação ainda em fase beta.

Orientação com tecnologia e dados abertos

A app recorre a mapas Open Street Map e a ficheiros de dados as autoridade de transportes para conjugar a informação que permite aos utilizadores orientarem-se numa cidade, pesquisando o melhor percurso e os horários dos vários transportes, e recebendo alertas para nunca se perderem. A participação dos utilizadores é um elemento de diferenciação, já que estes podem funcionar como editores, adicionando informação, mas também participam com a sua classificação dos percursos e dos locais.

A empresa tem uma série de ferramentas para integrar diversos tipos de ficheiros de dados e para trabalhar a informação dos utilizadores, mas a plataforma é também muito flexível para não estar limitada a atualizações programadas muitas vezes anual ou semestralmente. E por isso em caso de greve do metro é possível alterar os algoritmos para reencaminhar os utilizadores para o comboio, por exemplo, como aconteceu já em Londres.

O interesse e envolvimento da comunidade pode ser também relevante para levar o Moovit para cidades onde ainda não tem informação. Embora não tenha ainda plano de expansão em Portugal, Alex Torres explica que se existir uma comunidade de editores empenhados em Évora, por exemplo, podem acelerar a disponibilização do Moovit ao ajudarem a mapear os dados, inscrevendo-se na plataforma.

E a monetização ?

A aplicação é gratuita para as plataformas iOS e Android, mas também para Windows Phone, numa versão mais antiga, e já conta com mais de 35 milhões de utilizadores em todo o mundo.

Mas embora Alex Torres explique que a Moovit tem conseguido de forma bem sucedida várias rondas de financiamento, há que pensar na monetização. E há várias hipóteses em cima da mesa, como a possibilidade de integrar a venda de bilhetes ou outras plataformas de transporte pagas, como a Uber, o que está a ser experimentado já no Reino Unido.

Fátima Caçador