A Inteligência Artificial Generativa já não é estranha às empresas e aos colaboradores e os estudos continuam a confirmar essa tendência. Em Portugal, os trabalhadores estão dispostos a requalificar-se e a aprender a trabalhar com Inteligência Artificial Generativa (IA Gen) para se manterem competitivos, revela o estudo “Decoding Global Talent 2024: How Work Preferences Are Shifting in the Age of GenAI”.
O Boston Consulting Group (BCG) assinala que “estando os profissionais recetivos à mudança e à adoção desta tecnologia nos seus trabalhos, as empresas que garantam melhores condições de formação para a utilização da IA Generativa terão vantagens competitivas”.
Um terço dos trabalhadores portugueses utilizam frequentemente IA Generativa, um pouco menos que a média global de 39%. De ressalvar que 56% dos profissionais em Portugal estão dispostos a requalificar-se.
Apenas 5% dos profissionais portugueses acreditam que os seus empregos deixarão de existir, aproximadamente 25% preveem que o seu trabalho será transformado e que tal exigirá uma requalificação significativa. Perto de 45% admitem que as suas tarefas vão mudar e que, por isso, precisam de desenvolver novas competências. No entanto, 25% afirmam que o seu trabalho não será, de todo, afetado pela tecnologia, revela o estudo do Boston Consulting Group.
Globalmente, os profissionais acreditam que a utilização de IA gen lhes permite trabalhar mais rápido e com mais qualidade. Quem usa estas ferramentas, sente-se também mais confiante relativamente às tecnologias, no entanto, muitos ainda sentem ansiedade e medo de perder o emprego.
Veja na galeria, com mais detalhe, os resultados do estudo AI at Work: Friend and Foe:
Os dados do estudo “AI at Work: Friend and Foe”, realizado pelo BCG, junto de 13 mil profissionais, incluindo executivos, gestores e colaboradores da linha da frente, revelam ainda que cerca de seis em cada dez profissionais em todo o mundo consideram que a utilização de ferramentas de IA Gen lhes poupam tempo no exercício das suas funções.
Dos 72% de profissionais que utilizam IA Generativa no trabalho, 58% afirmam mesmo que estas tecnologias lhes permitem poupar mais de cinco horas por semana ao acelerar tarefas rotineiras e pesquisas ou automatizar o trabalho administrativo, destaca Manuel Luiz, managing director e partner da BCG em Lisboa. 41% utilizam este tempo para executar mais tarefas, 39% para fazer novas atividades e 38% dedicam esse tempo a ações mais estratégicas.
O inquérito revela ainda que 42% dos profissionais têm confiança na IA Generativa, em comparação com 26% em 2023, porém, a ansiedade também aumentou de 12% em 2023 para 17% este ano. No entanto, 42% dos inquiridos afirmam sentir medo de perder o emprego devido à IA Generativa, um aumento de seis pontos percentuais (pp.) face aos 36% registados o ano passado.
A utilização regular de IA Generativa é maior nos níveis superiores da empresa — 88% entre os executivos e 82% entre o nível de gestão —, mas o crescimento foi mais acentuado nas bases, nas quais 52% dos colaboradores já utilizam regularmente ferramentas de IA Generativa, mais 32 p.p. do que 2023.
Outra conclusão do estudo é que quanto mais os profissionais utilizam estas ferramentas, maior a probabilidade de recear a perda do emprego. 49% dos inquiridos que utilizam ferramentas de IA Generativa acreditam que o seu emprego pode desaparecer na próxima década, em comparação com os 24% que não utilizam IA.
É necessário apostar na formação das equipas, alerta o estudo. Apenas 28% dos colaboradores abaixo da gestão recebeu formação sobre a IA Generativa, que está e continuará a ter impacto nos seus empregos. A falta de formação pode explicar o facto de os colaboradores sentirem menos confiança (33%) e mais ansiedade (22%) relativamente à tecnologia, em comparação com os líderes, cuja proporção de confiança e ansiedade perante a IA Generativa é de 50% e 15%, respetivamente.
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