O ano ainda não vai a meio e o mercado português já ganhou dois novos serviços de reserva de mesas online. As razões avançadas para o investimento também coincidem: a vontade de criar ofertas diferenciadas e "pioneiras" numa área onde havia uma lacuna.

"Portugal é um país ligado à gastronomia onde [este tipo de ofertas] não existiam", alega o director de marketing e parcerias do MyTable - disponível desde Janeiro em versão de teste e que vai deixar cair o "beta" na próxima semana.

Pedro Reis, Pedro Magalhães e Miguel Silva, cuja média de idades se situa nos 27 anos, inspiraram-se em sucessos internacionais como o TopTables e o OpenTable para criar o serviço que oferece aos comensais a possibilidade de marcar mesas com cerca de uma hora de antecedência (ou mais) e aos restaurantes uma gestão integrada de reservas feitas através da Internet, telefone e presenciais.

Tudo é feito com base no site, que foi escolhido como parceiro da última Lisboa Restaurant Week, onde teve a primeira "prova de fogo" - superada sem reclamações. Para os restaurantes, contam-se entre as vantagens a possibilidade de alterarem de forma autónoma os conteúdos apresentados ao público, disponibilizarem pacotes especiais ou descontos, através da área dedicada ao estabelecimento no portal.

O negócio é detido na totalidade pela empresa formada pelos três licenciados em informática e gestão de empresas - que se chama Índice Virtual Lda mas em breve vai mudar de nome, avançou Pedro Reis. A execução técnica do projecto, que implicou um investimento de 50 mil euros em infra-estrutura tecnológica e levou cerca de um ano a concretizar, foi entregue a outra empresa nacional, a IBT. No total, os mentores da iniciativa investiram cerca de 100 mil euros, que "até ao final do ano podem chegar aos 500 mil".

Há menos tempo no mercado, mas nem por isso menos bem sucedido, o BestTables apresentou-se ao público no início do mês, contando já com 66 restaurantes afiliados - que rivalizam com os 100 disponíveis através do MyTable.

Apesar das semelhanças, o CEO da BestTables garante que este se distingue da concorrência, tanto a nível nacional como internacional, apontando características como o "algoritmo de sentamento", que procura a melhor combinação de lugares disponíveis nas mesas e encaminha as reservas para horas de menos procura quando um restaurante está cheio.

"A tecnologia que temos aqui é única no mundo", afirma Ricardo Sécio, sobre a plataforma, composta por um software de gestão integrada de reservas (online, presenciais e telefónicas) para os computadores dos restaurantes e o site para marcação online por parte dos clientes.

A estes é assegurada a possibilidade de combinar vários critérios de pesquisa, que pode ser feita em função do restaurante, mas também da disponibilidade de mesas para o número de pessoas pretendido, o local ou o tipo de comida que se pretende - outro dos pontos fortes realçados pelo responsável.

Cerca de um ano e meio de investigação e desenvolvimento, em colaboração com mestres de sala e chefs de restaurantes como o Olivier, Alma (de Henrique Sá Pessoa) ou o Feitoria, e 450 mil euros de investimento estão na base do projecto, que pode estar em vias de se internacionalizar.

A receptividade superou as expectativas da equipa, garante o CEO da BestTables, que contou com o investimento da empresa de capital de risco InovCapital e suporte tecnológico da Rupeal.

"Na semana em que lançámos [o serviço] recebemos contactos de investidores europeus para exportar para outros países", revelou Ricardo Sécio, que não quis avançar detalhes, adiantando apenas já ter tido reuniões com interessados. Também o MyTable tem planos para sair atravessar fronteiras, estando "a estabelecer contactos para expansão do serviço para a América do Sul", ainda sem datas definidas para avançar.

Medidos em números, os resultados estão patentes, por exemplo, nas 2.500 reservas já feitas através de cada um dos serviços - sendo que no caso do BestTables o número foi atingido em apenas 3 semanas. O MyTable adiantou ainda ter batido o marco dos 20.000 pageviews.

O responsável de marketing do serviço adiantou também que a empresa se prepara para lançar aplicações para plataformas móveis como o Android ou iPhone ainda no terceiro trimestre deste ano. O investimento está avaliado em 50 mil euros.

Em ambos os sites, a marcação de mesas é gratuita para os clientes, sendo o custo suportado pelos restaurantes, que pagam consoante o número de reservas angariadas. Nenhuma das empresas quis mencionar valores.

Nota da Redacção:Foi acrescentada informação ao artigo.

Joana Martins Fernandes

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