É difícil de medir o sucesso do lançamento da PlayStation 5, quando tudo o que havia para vender, a nível mundial, foi vendido. Portugal não é exceção, e mesmo por ser um país com fortes tradições às consolas da Sony, muitos fãs do gaming não conseguiram garantir a sua consola no lançamento, e provavelmente não o vão conseguir ainda a tempo do Natal. E para Jim Ryan, o CEO da Sony Interactive Entertainment, todas as tentativas para garantir stock para suprir a procura não foram suficientes.
Em entrevista ao site russo Tass, mesmo sem a pandemia de COVID-19 (que fez disparar a procura de jogos e consolas), a PS5 iria muito provavelmente esgotar, mesmo que tivessem sido colocadas mais unidades à venda. Jim Ryan refere que passou grande parte do seu tempo no ano passado a tentar gerar procura pela sua nova consola. E agora, como um “tiro na culatra”, o executivo tem passado o seu tempo a tentar aumentar a produção para satisfazer essa mesma procura.
Ainda assim, considera que não recomendaria a ninguém arriscar lançar uma consola no meio de uma pandemia. Para a empresa, o principal problema causado pela doença aconteceu durante a pré-produção da consola. Como havia restrições nas viagens, as preparações de fabrico tiveram de ser feitas remotamente através de videochamadas. “Imagine como é fazer isso com um equipamento de precisão como a PlayStation 5”, afirma o executivo. “Tem sido muito difícil, e tem sido desafiante do lado da produção, não ter ninguém nas fábricas na Ásia…”
Apesar do ano difícil, não só em questões de saúde pública, como também de crise económica derivada, Jim Ryan sente-se aliviado pelo sucesso da nova consola, mas salienta que as vendas teriam sido as "mesmas" que num ano normal, vendendo mais unidades “não muitas mais”, mas acabariam eventualmente por esgotar.
Questionado sobre quanto tempo poderá demorar aos jogadores a transitarem da PS4 para a PS5, Jim Ryan afirma que com o lançamento no Natal, cerca de três quartos das aquisições são jogadores que chegam da PS4. Os restantes 25% são jogadores que chegam de outras consolas, ou mesmo de quem nunca teve uma consola (jogadores de PC, por exemplo). Considerando que existem 114 milhões de PS4 no mundo, aqueles que vão migrar será, para já, um pequeno número.
E isso vai ao encontro à estratégia da Sony, que pretende manter a PS4 ativa para alimentar a comunidade, pelo menos nos próximos dois anos, até 2022. Para Jim Ryan, os exclusivos continuam a ser muito importantes para as suas plataformas, com certos jogos apenas disponíveis nas mesmas. E para suportar as grandes produções, a Sony confia nos seus estúdios internos que ajudaram a tornar a PS4 tão popular.
A Sony tem sido pressionada com a oferta do Game Pass da Microsoft, uma espécie de Netflix para videojogos, em que os utilizadores têm acesso a um vasto catálogo de títulos, incluindo lançamentos, por um pagamento de uma mensalidade fixa. Jim Ryan afirma que há novidades a serem anunciadas para breve pela empresa.
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