A situação do negócio de aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft continua a ser investigada pelas autoridades anticoncorrenciais e a situação não é muito positiva para a dona da Xbox. Nos próprios Estados Unidos o negócio esbarrou agora na FTC (Comissão Federal do Comércio), que votou contra a fusão das gigantes tecnológicas na área dos videojogos.
No documento da FTC, citado pelo The New York Times, que o negócio de compra da Activision Blizzard por 69 mil milhões de dólares poderá prejudicar os consumidores, porque a Microsoft pode utilizar os blockbusters da editora, tal como Call of Duty, para captar os jogadores das suas rivais, como a PlayStation e Nintendo. Os comissários do regulador votaram 3 negativamente contra 1 na decisão do negócio.
Call of Duty continua a ser o principal calcanhar de Aquiles daquele que poderá ser o maior negócio na área tecnológica, depois da compra da AOL ter adquirido a Time Warner. A Microsoft já deixou claro que não pretende retirar a série da concorrência, tendo mesmo oferecido um acordo para 10 anos para os jogos continuarem a sair na PlayStation e até nas consolas Nintendo, que nesta geração Switch ainda não receberam nenhum. A equipa que compõe a comissão de análise da FTC inclui Lina Khan, que ficou famosa pela oposição à expansão da Amazon.
A experiência anterior da Microsoft, sobretudo no que diz respeito aos videojogos não abona a seu favor. Apesar das promessas e compromissos assumidos com a aquisição da ZeniMax Media, a casa-mãe da Bethesda por 7,5 mil milhões de dólares, houve alguns retrocessos, tais como afastar Starfield da rival PlayStation. “A Microsoft já mostrou anteriormente que consegue e vai retirar conteúdo dos seus rivais de gaming”, disse Holly Vedova, diretora da divisão da concorrência da FTC, citado pelo The New York Times. E continua dizendo que a ação tomada hoje pretende impedir que a Microsoft ganhar o controlo do estúdio independente líder, usando-o para enfraquecer a concorrência, nos diversos mercados de gaming.
O presidente da Microsoft, Brad Smith, tem sido uma voz ativa contra as decisões e críticas dos reguladores. Anteriormente já tinha referido que o bloqueio da aquisição da Activision pela FTC ia tornar a indústria dos videojogos menos competitivas e prejudicar os gamers, reforçando que o negócio é bom para a concorrência, consumidores e os milhares de developers de videojogos.
Sobre a nova decisão, destaca que a Microsoft não vai abandonar o acordo e que irá lutar pelo mesmo em tribunal. Brad Smith diz que desde o primeiro dia que assumiu o compromisso de corrigir todas as preocupações levantadas pelos seus concorrentes, incluindo as ofertas de concessões feitas à Sony e Nintendo. A gigante tecnológica acredita estar de consciência tranquila e tem toda a confiança para apresentar o caso no tribunal, se for esse o caminho a seguir.
De recordar que existem 16 reguladores em todo o mundo para avaliar o potencial impacto na concorrência deste negócio. Para já, apenas dois já se pronunciaram positivamente, o Brasil e Arábia Saudita. Na União Europeia ou no Reino Unido, por exemplo, o caso não parece tão favorável para a dona da Xbox. Ambos os reguladores avançaram para investigações aprofundadas ao negócio, que devem estar concluídas nos próximos meses (até março, no caso da CE).
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