No próximo ano a despesa pública com Tecnologias de Informação deverá atingir os 588,9 mil milhões de dólares (cerca de 554 mil milhões de euros) em todo o mundo, num crescimento de 6,8% face a este ano, de acordo com as previsões da Gartner. A preocupação com o nível de experiência dos utilizadores foi um dos grandes motores de investimento das entidades do sector público em tecnologias de informação ao longo deste ano e continuará a ser em 2023.

"As organizações governamentais continuam a modernizar os seus sistemas legacy e a investir em iniciativas que melhorem o acesso aos serviços digitais, à medida que os seus interlocutores exigem cada vez mais experiências equivalentes às interações online com serviços do sector privado", confirma Daniel Snyder, analista principal da consultora.

A Gartner defende que os Governos estão preocupados não apenas em ir ao encontro do nível de experiência que os cidadãos têm nos canais de interação com outro tipo de prestadores, mas igualmente em agilizar os seus próprios canais de comunicação e trabalho interno.

Investimento público em TI - 2023
créditos: Gartner

O investimento nesta área, refere a consultora, está também a ter um papel importante na melhoria das competências e literacia digitais dos seus colaboradores, porque é uma via para dar acesso a ferramentas de trabalho modernas, que facilitam e agilizam a realização das tarefas.

Por segmentos de despesa, a expectativa é que a despesa das entidades públicas com TI aumente em todas as frentes, com exceção dos dispositivos, uma redução que se espera também no resto do mercado. Neste caso, essa redução é encarada como uma consequência da renovação recente do parque de equipamentos durante a pandemia, para dar resposta às necessidades de teletrabalho.

Pela positiva, a despesa com software é a que mais vai crescer, logo seguida pelos serviços TI, em linha com outras prioridades identificadas para 2023: a migração de serviços para a cloud, a modernização de aplicações e o reforço da segurança da rede. Os serviços de telecomunicações e de data center vão merecer um nível de despesa idêntico ao concretizado este ano.