A indústria dos smartphones continua em a registar um declínio acentuado neste terceiro trimestre de 2022, de acordo com os números partilhados pela consultora IDC. É o quinto período consecutivo de quebras na distribuição, registando uma baixa de 9,7% face ao mesmo período homólogo do ano passado. E esta é a maior quebra de sempre num terceiro trimestre do ano. Ao todo, foram distribuídos 301,9 milhões de unidades durante o período, a nível global.
A IDC refere que a indústria continua a sofrer com a quebra de procura global, sobretudo devido às incertezas económicas derivadas à inflação, subida de preços e guerra na Ucrânia. A especialista diz que os vendedores chineses são aqueles que estão a sofrer mais com esta queda, mas a crise tem impactado todas as fabricantes, incluindo a Samsung e a Apple. Ainda assim, a Apple é a única empresa que registou um crescimento positivo durante o trimestre, mas continua a sentir desafios em diversos mercados, incluindo a China, devido à situação macroeconómica que o país está a atravessar.
Ainda assim, os analistas consideram que em 2023 o mercado vai recuperar, mas para já, mantém-se as quebras durante 2022. Espera-se uma queda nos mercados da Europa Central e de leste para o resto do ano. Na China há uma quebra de 12% no trimestre, “o que considerando o tamanho do país terá um impacto significante nos resultados a nível global”, disse a empresa no relatório. Apesar do cenário negativo, a IDC aponta que mercados como a América do Norte, Europa Ocidental e Japão tiveram resultados melhores, ainda que com quebras de pelo menos de meio dígito; ao passo que mercados emergentes como a Ásia-Pacífico, América Latina, Médio Oriente e África tenham quebras de dois dígitos.
A empresa justifica a diferença entre os mercados desenvolvidos e emergentes com a venda de mais smartphones topo de gama, onde os ganhos são maiores. No entanto, para o mercado crescer no próximo ano, a IDC diz que os mercados emergentes necessitam também de recuperar.
Quanto às fabricantes que mais vendem smartphones, nada mudou face ao período anterior na tabela. A Samsung continua a liderar o mercado com 21,2% da quota, com 64 milhões de unidades distribuídas. Ainda assim, registou um declínio de 7,8% face ao período homólogo do ano passado. Esse registo fez a Apple aproximar-se mais da Samsung, uma vez que foi a única que teve um crescimento no trimestre de 1,6%. A empresa da maçã distribuiu 51,9 milhões de unidades no trimestre e tem uma quota de 17,2%.
A Xiaomi fecha o pódio, com 40,5 milhões de unidades colocadas nas lojas e uma quota de 13,4%. No entanto, caiu 8,6% face ao ano passado. A Vivo e a Oppo partilham o quarto lugar da tabela com a mesma fatia do bolo, 8,6% para cada uma. A Vivo distribuiu ligeiramente mais equipamentos, 25,9 milhões para os 25,8 milhões da sua rival. Mas ambas deram um “trambolhão abraçadas”, descendo 22,1% e 22,3%, respetivamente.
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