A Sonaecom agendou para esta tarde uma conferência de imprensa sobre a Oferta Pública de Aquisição que lançou sobre a Portugal Telecom. A operação foi registada na passada sexta feira pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários e arranca já amanhã, data a partir da qual os accionistas da PT podem vender as suas acções à empresa nortenha.
A tentar evitar este desfecho a administração da PT, liderada por Henrique Granadeiro, deu a conhecer, também na sexta-feira, a sua resposta formal à oferta em formato de recomendação aos accionistas.
A rejeição da oferta pela administração da PT baseia-se num conjunto de factores onde o preço de 9,5 euros por acção para a holding e 9,03 euros por acção para a PTM é condição determinante.
No prospecto definitivo entregue na sexta-feira a Sonaecom não altera o preço comunicado ao mercado em Fevereiro, data em que a OPA foi apresentada, por considerar que este se mantém adequado. Isto embora o mercado espere que esta condição venha a ser revista no limite do prazo legal, ou seja, 10 dias antes do desfecho da oferta a 9 de Março.
A acontecer, este movimento poderá ter como resposta uma revisão por parte da administração da PT do plano de remuneração accionista definido para o triénio 2006-2008 e que para já prevê a distribuição de um dividendo de 4,8 euros por acção. Isto porque o preço será obviamente um dos principais condicionalismos para o sucesso da operação.
Em termos estratégicos, e para além do que já se conhece da decisão da AdC e dos remédios a que a empresa fica obrigada, a Sonaecom propõe-se reforçar a capacidade para competir no mercado interno e a apostar em parcerias internacionais.
A empresa nortenha define o sector móvel como grande pilar de suporte à sua estratégia global e volta a referir a importância de cultivar "uma forte liderança accionista", aspecto que não tem reconhecido à PT. A investigação e desenvolvimento será outra das prioridades da empresa que também coloca nesta lista de prioridades acomodar as preocupações do Governo.
Outra das prioridades da Sonaecom se a OPA for bem sucedida passa pela substituição do actual conselho de administração da PT, de forma a garantir que a maioria dos elementos sejam indicados pela empresa liderada por Paulo de Azevedo.
Ao nível dos despedimentos a Sonaecom também refere que o seu projecto não prevê o aumento do número de rescisões, para além do que já tinha sido definido pela PT e acrescenta mesmo que esse número até pode vir a ser reduzido.
Ao nível financeiro, o prospecto refere que a Sonaecom já terá feito no Millenniumbcp um depósito de 750 milhões de euros para fazer face às responsabilidades da operação, como indica a lei. Para fazer face à totalidade das suas responsabilidades no processo a empresa vai pedir um empréstimo bancário de 10,7 mil milhões de euros que terá como garantias bancárias as acções da Optimus, da PT e da PT Multimédia.
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