Fundada no Canadá, a CGI estende atualmente a sua abrangência a nível global, contando com 400 localizações em 40 países, um total de mais de 65 mil profissionais e um volume de negócios acima dos 10,3 mil milhões de dólares.

A operar na área da consultadoria, integração de sistemas e outsourcing, a empresa possui um volume de soluções próprias que sustenta uma parte do negócio, algumas das quais desenvolvidas em Portugal, resultado de um know how muito especifico e da proximidade a áreas de inovação, como explicou hoje aos jornalistas José Carlos Gonçalves, vice presidente sénior para o Sul da Europa e o Brasil.

Numa organização não matricial a distribuição das áreas de negócio faz-se à medida da necessidade de cada país, mas embora aposte na presença local todas as organizações da CGI têm também um grande foco global.

“A unidade ibérica tem uma percentagem de receita pequena na unidade global mas tem uma credibilidade interna muito grande, por causa da qualidade do que faz e das pessoas que colaboram connosco – em projetos nacionais e internacionais – em conjunto com os conceitos de inovação. Fomos os primeiros com desenvolvimentos muito grandes nas energias renováveis e agora o mundo está a mudar drasticamente para esta área de energia renovável, onde se criou espaço para termos solução que encaixava muito bem neste mundo”, explica.

A nível ibérico a empresa tem cerca de 2.000 pessoas e gera 138 milhões de receitas, 60% das quais em Portugal. O vice presidente para  o Sul da Europa destaca mesmo que esta assimetria entre os dois mercados é curiosa, mas que reflete também a forma como a empresa abraçou diferentes áreas de negócio, mais focada no outsourcing em Portugal e mais aposta em consultadoria em Espanha.

O desenvolvimento de soluções próprias, para energias renováveis, o RMS – Renewables Management Systems, análise de dados com Sm@rtering, U@Cloud e Interactive Eletronic Document, estão entre os motivos de orgulho da unidade portuguesa da CGI, mas a mesma tendência que se sente a nível global está a dinamizar o trabalho da empresa, com os clientes mais focados na redução de custos e no tema da transformação digital.

Transformações em curso

Um estudo realizado pela CGI mostra que as empresas a nível global estão atualmente numa das três fases do processo de transformação: compreender e investigar, desenvolver o projeto ou transformar para evoluir.

“O grande drama das empresas é que estão cativos dos investimentos feitos e que são necessários para manter a operação, com modelos muito rígidos”, explica José Carlos Gonçalves, adiantando que grande parte do trabalho feito pela CGI é para “libertar” estes valores, conseguindo rapidamente uma redução de custos de 10% que pode aumentar para 25 a 40% a numa segunda fase de transformação.

“O grande investimento das organizações é nas aplicações e não nas infraestruturas. É as aplicações que fazem com que a organização funcione. E por opções tecnológicas por vezes estão hipotecados. Nós garantimos ao cliente a proteção do investimento, mantendo as aplicações e mudando a plataforma, sem alterações para quem desenvolve”, justifica.

Embora admita que muitas organizações em Portugal estão ainda numa fase muito inicial dos projetos de transformação digital, o responsável pela CGI afirma que há sectores, como a banca e as telecomunicações, que estão mais avançados, mas que há um caminho a fazer para maior competitividade noutras áreas.