
Decorre hoje e amanhã em Lisboa a segunda edição do Congresso Nacional da Propriedade Intelectual. Cabe na iniciativa a discussão de temas como a protecção dos direitos de propriedade intelectual no mundo digital, a importância de proteger legalmente a propriedade intelectual que resulta da I&D das universidades ou dos departamentos de inovação das empresas, ou como transformar inovação em produtos.
O TeK assistiu a um dos painéis de debate esta manhã, onde Carlos Oliveira, fundador da MobiComp, empresa de Braga adquirida pela Microsoft, e José Paulo Rainho, da Unidade de Transferência de Tecnologia da Universidade Aveiro partilharam experiências.
O docente, que integra a estrutura criada em 2006 para facilitar a ligação da I&D produzida na universidade ao mundo empresarial, partilhou o caso de sucesso de um dos diversos projectos realizados pela UA nos últimos anos. O Vital Jacket - um casaco que permite monitorizar sinais vitais - nasceu em 2005, no âmbito de um projecto mais vasto, designado a Casa do Futuro, e depois de anos de aperfeiçoamento e uma parceria com o CITEVE que ajudou a encontrar os termos certos para a concepção do modelo está hoje à venda no mercado através de uma spin-off, a Bio Devices.
Carlos Oliveira analisou os factores de sucesso que considera terem sido críticos para a empresa, embora frisando que não acredita em "receitas para o sucesso". O capital humano e a capacidade de contratar as pessoas certas, o foco estratégico e um posicionamento orientado para a internacionalização foram aspectos apontados pelo responsável. Para o sucesso da MobiComp, especializada no desenvolvimento de soluções móveis, também terá sido importante o facto de Portugal ser um "bom laboratório de experimentação de tecnologias móveis".
O responsável também confessou que, à data de aquisição da empresa pela Microsoft, a MobiComp não tinha patentes registadas, embora estivesse a preparar-se para isso. Embora se afirme defensor das patentes, explicou que o processo de registo de patentes para a área de software não é simples e que para uma empresa pequena como a tecnológica de Braga, durante algum tempo, fez sentido manter como estratégia para a protecção da sua propriedade intelectual o esforço de lançar produtos de vanguarda a nível mundial e garantir com isso quota de mercado e reconhecimento.
O não registo imediato de patentes também permitiu à empresa manter as suas tecnologias menos conhecidas e com isso menos expostas a imitações.
Carlos Oliveira defendeu ainda que Portugal deveria determinar linhas mais claras para a investigação que é feita nas universidades, suportadas numa visão estratégica e que estas estruturas sejam mais abertas na relação com os parceiros da indústria que podem garantir os meios - e oferecer o know-how - para transformar uma boa ideia, num projecto com mercado e potenciais clientes.
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