A aposta na Cloud não é nova, mas a nova versão do RAID está claramente orientada para um modelo de software as a service, mudando conceitos e permitindo à WeDo Technologies e aos clientes reagir de forma mais rápida às mudanças da tecnologia e do próprio mercado, como explicou ao TeK Rui Paiva, à margem da conferência de utilizadores na qual a empresa reúne mais de 250 clientes, de 45 países em representação de 70 operadoras de telecomunicações.
O reforço da tecnologia de revenue assurance (garantia de receita e combate à fraude), onde a WeDo Technologies é líder de mercado, foi uma das grandes apostas no ano de 2016 e o investimento de quase 6 milhões (5,7 milhões mais precisamente) representou um esforço na consolidação do software. Mas Rui Paiva acredita que desta forma os operadores ficam preparados para responder aos novos desafios da economia digital, onde é preciso faturar a utilização de serviços e conteúdos de OTT (Over the Top) e evitar as fraudes.
A mudança foi feita no início do ano e Rui Paiva admite que “os clientes sofreram um bocadinho connosco, mas agora têm uma solução que nunca tiveram”. A mudança de conceito para o RAID.Cloud faz com que a solução “funcione quase como um sistema operativo e os clientes podem agora desenvolver as suas próprias aplicações e ir ao detalhe da origem dos erros”, explica.
Ao mesmo tempo a plataforma “permitiu convergir todas as aplicações que tínhamos noutras plataformas e agora quando se faz upgrade atualiza-se tudo, e em termos de investimento é uma maior proteção para os clientes”, refere.
A integração de inteligência artificial e Big Data é também mais forte nesta nova versão, com a gestão de dados a assegurar a análise da fraude e antecipar comportamentos de risco. A nova solução de cloud permite atualmente a definição de perfis digitais e costumer experience suportada por análise de dados em modo crowdsource.
Reconcentrar no mercado das telecomunicações
O mercado das telecomunicações é uma aposta natural da WeDo Technologies e é onde a empresa nasceu e cresceu, e apesar de nos últimos anos ter avançado noutras áreas, como o retalho e a saúde, há agora uma estratégia de maior concentração.
Rui Paiva explica que há um novo modelo que passa por abordar esses mercados verticais com parceiros, que usam a tecnologia e que desenvolvem o negócio em parceria com a WeDo Technologies. “No nosso negócio há uma parte de tecnologia, que é facilmente replicável, e uma parte de configuração do negócio, que não pode ser replicada e que não escala. Para abordarmos o mercado da Saúde teríamos de ter mais 300 pessoas, como temos para as Telecom”, justifica.
E esta lógica já está a ser aplicada. Nos Estados Unidos já foi criada a EFFY, uma empresa que é liderada pelo anterior VP do mercado americano da WeDo Technologies e que está concentrada neste segmento, utilizando a tecnologia RAID. E o mesmo está a ser preparado na área da energia, embora Rui Paiva não adiante mais pormenores.
No mercado das telecomunicações não faltam porém desafios, e a WeDo Technologies quer ajudar os clientes a resolvê-los todos, mantendo-se preparada para suportar as novas tendências e até as evoluções de mercado que ainda não conseguimos antecipar.
“As Telecom são cada vez mais vistas como um mero meio de transporte e têm de perceber como ganhar dinheiro e como garantem que recebem e faturam os serviços e conteúdos digitais, os OTT, as ligações de IoT. Estamos todos a aprender”, justifica Rui Paiva que aponta também as mudanças na própria estrutura das Telecom com as fusões e aquisições.
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