Os três operadores móveis continuam a considerar que não é comercialmente viável lançar o UMTS na data prevista. Depois de ontem o ministro da Economia, Carlos Tavares, ter afirmado que não apoiava um novo adiamento dos serviços de terceira geração móvel, representantes dos três operadores móveis reafirmaram hoje não estarem reunidas as condições para lançar o serviço. Os representantes falaram à margem do primeiro painel da manhã no Congresso da APDC, onde quase não se referiu o UMTS, dando-se prioridade a outras tecnologias emergentes como o Wi-Fi.




Unidos na sua descrença em relação às condições para início comercial em massa do serviço UMTS a 1 de Janeiro de 2004, os operadores contam com uma comunicação da Anacom antes de qualquer decisão e equacionam a possibilidade de um avanço experimental limitado a determinadas zonas ou grupos de utilizadores.



António Gomes de Azevedo da TMN admitiu que a operadora móvel do grupo PT está a ter grandes dificuldades em estabelecer acordos para aquisição de terminais com os vários fabricantes do mercado. O responsável garantiu que até agora a TMN apenas adquiriu terminais de terceira geração à Siemens, o que considera ser demonstrativo da falta de condições para avançar com o serviço, que apenas se tornarã interessante quando existir mais oferta efectiva no mercado. Se a Anacom optar por não adiar o serviço, António Gomes de Azevedo diz que a TMN terá de avançar, mesmo depois de ter afirmado por diversas vezes que não há mercado.



A mesma posição é definida pela Vodafone que assegura ter condições para avançar (em termos de rede) caso seja obrigada a fazê-lo, reconhecendo, no entanto, que não há terminais em número suficiente para dar resposta a um lançamento do serviço, sem limitações. António Coimbra, administrador do grupo não avança pormenores sobre a evolução da rede 3G, mas explica que estão cobertas as zonas de Lisboa e Porto. No que respeita aos terminais sublinha que o grupo dispõe de vários equipamentos de teste e confirma as dificuldades na aquisição de terminais para colocação no mercado.



António Coimbra explicou que a Anacom garantiu que falaria com os operadores
antes de tomar uma decisão sobre um novo adiamento e conta que esse contacto seja efeito dentro de pouco tempo. O mesmo responsável equaciona o lançamento do UMTS a 1 de Janeiro de 2004, mas num modelo experimental restrito a grupos ou regiões.



Por sua vez, António Casanova, presidente do conselho de administração da Optimus, sublinhou a mesma ideia de que o adiamento é tecnicamente inevitável. A rede já existe mas os terminais não estão no mercado e têm ainda problemas técnicos que precisam de ser resolvidos. "Os terminais que existem não suportam períodos de ligação prolongados, e a taxa de queda de chamadas é de 4 a 7 por cento, enquanto no GSM temos presentemente uma taxa de 0,08%", justifica.


Quanto à possibilidade do Governo e a Anacom estabelecerem condições de flexibilização para o início do serviço comercial de UMTS, António Casanova afirmou que não tem ainda conhecimento oficial dessas condições, pelo que não se pronuncia, mas reafirmou que a convicção da empresa que lidera é que o serviço deve ser lançado apenas quando as condições de sucesso estiverem reunidas.



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