No final de junho existiam em Portugal 4,7 milhões de subscritores de serviços de telecomunicações em pacote, mais 107 mil (ou 2,3%) que no mesmo trimestre do ano passado, num crescimento que se deve sobretudo à migração contínua de clientes para ofertas que agregam mais serviços.

Nesse universo, os pacotes que combinam quatro ou cinco serviços foram os que mais cresceram (6,3%), ganhando 159 mil clientes e passando a contar com 2,7 milhões de utilizadores, que representam 57% dos clientes de ofertas em pacote. Cada cliente 4/5P gasta em média 47,46 euros por mês com o pacote de serviços que subscreve, mais que a receita média geral de serviços em pacote, que fica nos 38,99 euros.

O segundo modelo de serviços mais usado em Portugal, em junho, era o triple play, que agregava três serviços e que somava 1,6 milhões de subscritores, 34,5% do total de clientes com ofertas em pacote. Verificou-se também que é nesta tipologia de pacotes que o número de clientes mais tem caído. Desde 2015, o número de clientes com 3P caiu 3,5%.

Os dados compilados pela Anacom mostram ainda que o segmento residencial representa 86,8% dos subscritores de ofertas em pacote. Neste universo, a predominância de ofertas com quatro ou cinco serviços agregados é ainda maior e representa 59,4% do total. Já no segmento não residencial destaca-se o peso dos pacotes que juntam apenas duas ofertas, que representam 23,2% do total, contra 6,3% no segmento residencial.

Por tipo de serviço, verificou-se que 85,5% dos acessos fixos eram no final de junho comercializados em pacote. Neste grupo, os serviços de televisão são os mais frequentemente integrados em pacotes (98,1%), seguindo-se os serviços de internet (96,4%) e o telefone fixo. Os acessos móveis ainda são mais usados fora de pacotes. Aqui as ofertas em pacote chegavam apenas a 35,5% das subscrições.

Nos primeiros seis meses do ano, os serviços em pacote renderam aos operadores de telecomunicações 1.096 milhões de euros, mais de metade das receitas retalhistas (53,7%) e mais 9,1% que no mesmo período do ano passado.

Nos últimos quatro trimestres os proveitos com serviços em pacote têm crescido a uma média de 9%, uma taxa de crescimento que não se via desde 2016, segundo a Anacom, com as receitas de ofertas 4/5P a representaram 68,4% do total das receitas em pacote e 36,8% das receitas retalhistas totais.

A MEO continua a liderar o mercado, com um maior número de clientes com serviços em pacote e uma quota de mercado de 41,7%. Segue-se a NOS, com uma quota de 35,0%, a Vodafone (20,6%) e a NOWO (2,6%). A empresa do grupo Altice foi também aquela que somou uma quota de receitas de serviços em pacote mais elevada neste tipo de ofertas em termos globais, embora no segmento residencial a liderança tenha sido da NOS.