Os portugueses continuam a manter o telefone fixo em casa mas a falar cada vez menos. Os pacotes de serviços incluem o fixo sem custos e essa é a principal explicação para os números revelados pela Anacom.
Os portugueses rendem-se cada vez mais à combinação de serviços de telecomunicações em pacote, que já representam mais de metade das receitas dos operadores.
Segundo dados da Anacom, atualmente 95,2% dos agregados têm telefone fixo, mas houve menos 1,5% de instalações face ao mesmo trimestre homólogo do ano anterior.
Os números são da Anacom e mostram que o número de acessos fixos continua a crescer à boleia dos pacotes de comunicações, mas isso não significa que os portugueses usem o telefone de casa.
Apesar do aumento no número de clientes em comparação com o mesmo período no ano passado, a ANACOM indica que o volume de minutos na rede fixa teve uma queda de 17,7%.
Segundo a ANACOM, no ano passado, 85,6% das famílias em Portugal dispunham de ofertas em pacote, com a TV por subscrição a representar o serviço mais subscrito (93,9%), seguindo-se a banda larga fixa (90,8%) e o serviço telefónico fixo (78,2%).
A tendência é antiga. Foi atenuada durante a pandemia mas voltou a acelerar. Falamos cada vez menos ao telefone fixo, mas nem por isso o serviço deixa de estar disponível na maior parte dos lares.
A Anacom avança que a diminuição deveu-se em grande parte à redução do tráfego fixo-fixo. Também se verificaram reduções nos tráfegos fixo-móvel, nacional para números curtos e números não geográficos, e internacional de saída.
De acordo com a Anacom, a descida deveu-se sobretudo à diminuição do tráfego fixo-fixo. No ano passado, o tráfego nacional para números curtos e números não geográficos, assim como o tráfego internacional de saída também registaram descidas.
Os dados são da ANACOM e revelam também um aumento do número de clientes do telefone fixo, mas mais modesta do que na Internet móvel, passando para os 4,1 milhões.
Depois a recomendação da Anacom a decisão está tomada. O Governo não vai lançar novo concurso para o serviço universal de telefone fixo, que estava entregue à NOS, mas mantém as cabines telefónicas.
O regulador do mercado de comunicações tinha recomendado o fim do serviço universal de telecomunicações mas vai lançar novos concursos enquanto não é aprovada a Lei das Comunicações Eletrónicas.
A Anacom recomendou ao Governo que ponha um fim ao serviço universal de telefone fixo. Entre as razões está "a inexpressiva procura dos serviços" e o custo do contrato que é de 9,6 milhões de euros.