Em 2026, 77% das receitas dos operadores de telecomunicações devem já advir do 5G, que nessa altura valerá 600 mil milhões de dólares para as empresas do sector, apura um estudo da Juniper Research.

A mesma pesquisa antecipa que, em 2026, o volume de dados gerados através de redes móveis deverá alcançar os 2,900 exabytes, contra os 720 exabytes esperados para este ano, num avanço de 300%. O crescimento dos dispositivos IoT terá um forte impacto nestas contas. Daqui a cinco anos deverão estar ligados a redes móveis seis mil milhões de dispositivos com estas características.

Além do crescimento da Internet das Coisas, que se espera vir sobretudo da explosão do número de dispositivos inteligentes para smart cities, de sensores para o ambiente doméstico e de soluções conectadas para a agricultura ligadas a redes móveis, identificam-se outros focos de crescimento.

A Juniper antecipa uma rápida adoção das tecnologias de quinta geração no mercado de consumo, a tirar partido de pacotes de serviços com preços apelativos. A empresa considera que os dispositivos de consumo emergentes baseados em 5G, como computadores portáteis e routers móveis, devem ser uma área chave de aposta para os operadores durante os próximos anos.

Aproveitá-la passa por criar pacotes que permitam associar vários equipamentos numa mesma assinatura, para conseguir estender o âmbito das receitas a um maior número de equipamentos, como destaca um dos coautores do estudo Estratégias de Receitas para os Operadores: Desafios, Oportunidades & Previsões de Mercado 2021-2026.

"Os vendedores de dispositivos estão a aproveitar as redes mais rápidas para adicionar conectividade móvel a novos dispositivos de consumo e os operadores devem responder, permitindo que estes utilizadores acedam ao 5G através de múltiplos dispositivos sob uma única assinatura”, sublinha Charles Bowman.

A Juniper recomenda ainda que os operadores apostem em níveis de virtualização elevados, que lhes permitam desenvolver novos serviços baseados em IP, capazes de gerar novas fontes de receita. A importância da aposta na virtualização já tinha sido destacada pela consultora, num estudo anterior.