Cerca de uma em cada seis empresas do Sul da Europa (16%) enfrenta uma forte para se transformar como consequência de fracos desempenhos operacionais ou da instabilidade financeira. A situação é mais acentuada quando se observa a Europa no total onde uma em cada cinco empresas (21%) sente essa pressão.
No Sul da Europa, o sector das Telecomunicações, Media e Tecnologia destaca-se pelo aumento substancial da pressão que ronda este ano os 69%, muito acima dos dados do estudo anterior.
Estas são algumas das conclusões do relatório “BCG Transform and Special Situations Index: Why One in Five European Companies Needs to Transform”, da Boston Consulting Group (BCG). A consultora observou o desempenho operacional e a estabilidade financeira de mais de 2.000 empresas, na Áustria, França, Alemanha, Itália, Portugal, Espanha, Suíça, Reino Unido e países nórdicos da Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia.
Relativamente aos países do sul da Europa — Portugal, Espanha e Itália — o estudo assinala que as empresas sofrem menos pressões do que o resto do espaço comunitário. No entanto, 6% das empresas precisam mesmo de reestruturar as suas operações para se manterem viáveis. E no caso das TMT são 69% as que estão pressionadas a mudar.
“A instabilidade económica e geopolítica, a inflação e as disrupções tecnológicas têm forçado as empresas europeias a tornar-se cada vez mais resilientes, exigindo que se transformem e que se reestruturem para acompanhar as constantes mudanças”, diz Pedro Pereira, managing director e Senior Partner da BCG em Lisboa. “Os dados do Sul da Europa, onde Portugal se inclui, são um alerta para os líderes empresariais, nomeadamente nos setores das Telecomunicações, Media & Tecnologias, Saúde e Retalho”.
A situação está a melhorar no Sul da Europa. A BCG atesta que a frequência de tópicos relacionados com transformação na documentação das empresas e noutras fontes públicas diminuiu 9 pontos percentuais (pp.) entre o primeiro trimestre de 2023 e o período homólogo de 2024, contrariando o valor médio europeu, que registou um aumento significativo de 24 pp. no mesmo período.
As empresas em Portugal, Espanha e Itália apresentaram menos menções de tópicos associados à reestruturação registando um decréscimo de 21 pp. no primeiro trimestre de 2024 face ao mesmo período em 2023. A média europeia seguiu a tendência inversa tendo aumentado 16 pp.
No sul da Europa, o setor das Telecomunicações, Media e Tecnologia (TMT) é o mais pressionado, por uma larga margem, seguido da Saúde, do Retalho e da Indústria.
No setor das TMT, 69% das empresas afirmam enfrentar pressões de transformação para se manterem operacionais, um aumento de 51 pp. face aos 18% registados em 2023, e 52 pp. acima da média europeia (17%) registada este ano.
Já a frequência de referências a transformação e reestruturação na narrativa das empresas TMT aumentou 18 pp. entre o primeiro trimestre de 2023 e o mesmo período de 2024. Esta pressão é explicada pelo aumento de custo no setor, pela inflação, pela diminuição da procura por parte dos consumidores e pela entrada de novos concorrentes digitais no mercado que enfraquecem as empresas tradicionais.
O sector da Saúde, do Retalho e da Indústria destacam-se logo a seguir como setores em risco de inviabilidade, contando com 21% e 13% das empresas, respetivamente, a admitir fortes pressões de transformação. Em causa está a necessidade de modernização, as dificuldades na cadeia de abastecimento, a inflação, as disrupções tecnológicas e a adoção de novas regulamentações mais restritivas a nível ambiental.
A BCG compilou ainda um conjunto de estratégias, no relatório Five Truths (and One Lie) About Corporate Transformation, que podem ajudar as empresas a enfrentar as pressões de transformação. As empresas precisam de traçar um plano estruturado e exequível que lhes permita avaliar a situação e implementar medidas para se adaptarem ao mercado atual e se manterem viáveis.
Para a consultora, as empresas devem adotar medidas preventivas para agilizar os processos e obter vantagens a longo prazo. Devem também assegurar uma liderança forte e estável da qual parta a iniciativa de transformar o modelo operacional da empresa, influenciando as restantes equipas a adaptar-se. Um erro comum das empresas é o foco na redução de custos, mas é crucial que as empresas elaborem um plano de transformação viável abrangendo a melhoria da eficiência operacional e da inovação.
a recomendação é que as empresas pensem a longo prazo para garantir a sua viabilidade e adaptação às necessidades de transformação, envolvendo, por exemplo, o investimento em investigação e desenvolvimento tecnológico. E, finalmente, desenvolvam uma estratégia de transformação formal, planos de governança claros, mobilizando equipas para coordenar e acompanhar o progresso.
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