Os números apresentados pela associação que representa os operadores de comunicações eletrónicas mostram que o setor acumulou prejuízos de 15,8 milhões de euros desde 2010 e até 2012, consequência do roubo de infraestruturas. Em 2010 as empresas contabilizaram 900 mil euros em perdas diretas. Em 2012 esse valor aumentou para 10 milhões de euros.



Mostram ainda que os custos de energia pagos pelas empresas desta área totalizaram em 2011 os 72 milhões de euros e que o valor estimado para os processos de litígio com clientes pendentes nos tribunais portugueses rondará os 400 milhões de euros.



Na análise do sector, o estudo revela que Portugal é o país onde as telecomunicações têm um peso mais relevante no PIB, comparativamente a outras geografias da região como a Alemanha (1,1%), França, Suécia, ou Bélgica. Em Portugal as Telecom representavam em 2010 2% do PIB, o equivalente a 2,9 mil milhões de euros.



Os mesmos dados, compilados pela consultora Deloitte e apresentados esta tarde, indicam que Portugal é o segundo país europeu (entre os sete analisados no estudo) com taxas de regulação e atividade mais elevadas na área das comunicações eletrónicas.



Estas taxas representam 1,24% da receita, um valor que só é superior na Irlanda, onde estes encargos representam 1,33%. Os valores compilados também mostram que, comparativamente a sectores como a energia, transportes ou turismo, a receita capturada pelo regulador das comunicações eletrónicas é superior: 77,7 milhões de euros em 2011. O organismo português foi também o que recolheu um maior volume de receitas no leilão 4G para a faixa dos 800 Mhz, no leque dos países europeus analisados.



Portugal destaca-se na adoção de vários serviços



O estudo divulgado pela Apritel mostra ainda que Portugal se num contexto europeu destaca (ou pelo menos destaca-se em 2011, altura a que os dados se referem) em áreas como o triple play, redes de nova geração e comunicações móveis. Outro aspeto destacado no estudo é a redução de preços no triple play, que terão diminuído 21,7% entre 2009 e 2011.



A mesma tendência sofreu a receita média por minuto dos operadores, que caiu 22,7%. No mesmo período, as receitas globais do sector terão caído 5,3%. O investimento, por seu lado, terá aumentado entre 2009 e 2011 de 20 para 21% das receitas.



A mesma perspetiva evolutiva mostra que em 2009 uma oferta triple play integrava em média uma velocidade de ligação à Internet de 10 Mbps e 70 canais de televisão. No final do ano passado o habitual tinha passado a ser um débito de 30 Mbps, em pacotes que já incluem 100 MB de Internet no telemóvel. Dados da Anacom relativos a 2011 já mostravam aliás que 71% dos utilizadores de serviços de Internet tinham velocidades contratadas acima dos 10 Mbps.



A média de canais de televisão incluídos nos pacotes triple play também aumentou, para 140, como referem os mesmos dados.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira