Nos últimos dois anos o regulador das comunicações foi dando conta do que estava a mudar na forma como os portugueses usaram serviços de voz, dados e os chamados OTT (Over The Top) que designam serviços como videoconferência, internet banking ou streaming de vídeo. Agora a Anacom divulgou um relatório sobre o impacto da COVID-19 na utilização das comunicações, que mostra o que mudou em 2020 e 2021.
Segundo os dados, o trafego médio de dados fixos por acesso atingiu novos máximos históricos cresceu 55% em 2020 e 21,3% em 2021. "Estima-se que nos anos de 2020 e 2021 a pandemia tenha tido um efeito global de +33% no tráfego médio de dados fixos por acesso. Anualmente, o efeito foi de +32,8% em 2020 e de +32,6% em 2021", refere a Anacom.
A utilização do telefone fixo para chamadas de voz sofreu uma alteração também relevante. A tendência de queda que se registava teve uma inversão e o tráfego médio de voz fixa cresceu 7% em 2020, voltando a diminuir em 2021. Pelo contrário as chamadas móveis cresceram 16,5% em 2002 e voltaram a crescer 2,4% em 2021. Segundo o regulador, "o efeito global da COVID-19 sobre o tráfego de voz móvel por acesso foi de +11,1% em 2020 e 2021. Em 2020 o efeito foi de +9% e em 2021 de +6,7%". Já os SMS atingiram os valores mais baixos da última década.
Ainda assim, o efeito nos dados móveis não foi possível de determinar. O consumo médio de Internet móvel por utilizador foi de 4,6 GB em 2020 (+24% do que em 2019) e de 5,8 GB em 2021 (+25,2% do que em 2020), sendo que a Anacom admite que o crescimento verificado durante o período de pandemia poderá ter sido influenciado pelas ofertas promocionais dos operadores neste período e pelo Programa Escola Digital.
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Quanto aos serviços OTT, a conclusão do regulador é que aumentaram de forma significativa. A percentagem de pessoas que recorre a chamadas de voz ou video em serviços de comunicações sobre a internet passou de 53% em 2019 para 71% em 2020 e 80% em 2021. "A comunicação com formadores ou professores, com outros formandos ou alunos através de um website ou portal educativo (32%), a frequência de cursos online (24%) e a utilização de serviços bancários - Internet banking (64%) - foram outros dos serviços OTT com maior crescimento face ao período pré-COVID", adianta a Anacom no relatório.
Os números apresentam ainda o crescimento do teletrabalho e uso de tecnologias da informação e comunicação (TIC) a partir de casa. Em 2020, 33% dos utilizadores de Internet que exerciam uma profissão trabalharam a partir de casa, tendo 31% recorrido às TIC para este efeito. Já em 2021, entre os utilizadores de Internet que exerciam uma profissão, 22% realizaram a sua atividade profissional em casa, 20% recorreram a TIC para este efeito e 18% trabalharam em casa devido à COVID-19.
A Anacom refere ainda que a pandemia influenciou positivamente o comércio eletrónico, tendo as encomendas aumentado 19,5% em 2020 e 15,1% em 2021. Em 2021, cerca de 52% dos indivíduos referiu ter utilizado o comércio eletrónico nos últimos 12 meses (+7 p.p. que em 2020 e + 13 p.p. que em 2019) e em 2021 registou-se o maior aumento da última década.
O relatório pode ser consultado na integra no site da Anacom.
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