A Associação de Operadores de Telecomunicações (APRITEL) traçou aquilo que chama de “retrato rigoroso” do sector das comunicações eletrónicas, num estudo que visa “valorizar o desempenho de excelência da indústria e do seu contributo para uma geração de prosperidade”. O objetivo foi esclarecer os consumidores e promover a adoção de boas práticas e medidas de regulação.

No documento partilhado, realça a vanguarda da inovação tecnológica e do empreendedorismo português, graças ao investimento feito, colocando o mercado nacional, em termos de cobertura de banda larga móvel 4G em 2018 acima da média da União Europeia. Portugal apresenta 99,2% de cobertura, para uma média europeia de 98,9%. Relativamente à cobertura de fibra em 2018, Portugal assumia o quarto lugar com 70%, face as 30% da média da União Europeia. O pódio é liderado pela Látvia com 88%, a Espanha com 77% e a Suécia com 72%.

Segundo a associação, o sector representa atualmente 2,3% do PIB, assim como 17.265 empregos diretos. Porém, as receitas encontram-se a decrescer gradualmente nos últimos seis anos, em cerca de 20%. Mas salienta uma “performance de excelência” considerando o nível de investimento estável e consistente nos últimos anos, somando uma média de mil milhões de euros anuais, entre 2014 e 2018.

Isso significa que o rácio entre os investimentos sobre as receitas são as mais elevadas da Europa. Nas 10 maiores empresas europeias, a Deustche Telekom é líder com 26%, seguindo-se a NOS com 24%. A Altice Portugal surge no quarto posto com 20% e a Vodafone Portugal em sexto com 19%. Houve um aumento de 22% na quantidade de serviços prestados desde 2009, assim como um crescimento no consumo de dados, nas redes fixas e móveis.

A APRITEL salienta ainda que considerando a quantidade e qualidade dos serviços incluídos nas ofertas em Portugal e se comparam as ofertas 3P e 4P mais utilizadas com ofertas equivalentes de outros países, Portugal encontra-se entre os países europeus com preços de comunicações eletrónicas mais baixos, baseando-se num estudo da Deloitte.

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Sobre a paridade de valor de compra, no pacote 3P, por exemplo, Portugal apresenta o valor médio em segundo lugar, com 34% inferior à média europeia, atrás da França (com média de preços de 38,60 euros face a 58,05 euros do valor considerado paridade com o poder de compra). E no pacote 4P, mantém o segundo lugar com 20% mais baixo que a média europeia, abaixo da França (com média de 59,94 euros face a 75 euros da média europeia). A Áustria e Alemanha ficam no terceiro lugar consoante os pacotes. Portugal tem mesmo os preços mais baixos que a França, mas os franceses têm maior poder de compra que os portugueses.

A associação destaca, por fim, a contribuição do sector das telecomunicações para a evolução da sociedade, seja ao nível da saúde, educação, cultura e coesão territorial, olhando ainda para o futuro como a chave para o desenvolvimento económico do país.

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