De acordo com a Comissão Europeia, atualmente um "cidadão comum" tem, no mínimo, dois equipamentos com ligação à Internet. Mas em 2015 já deverão ser sete os equipamentos ligados à rede utilizados, em média, por cada consumidor.

As previsões foram divulgadas ontem, a propósito do lançamento de uma consulta pública sobre a adoção das regras que vão ditar o desenvolvimento e utilização dos dispositivos inteligentes ligados à Internet - a chamada "Internet das Coisas" (IdC).

O Executivo europeu acredita que o número de equipamentos ligados à Net ascenda aos 25 mil milhões já em 2015 e que cinco anos depois seja perto do dobro, ou seja, 50 mil milhões. Por isso, quer "saber qual o quadro necessário para realizar plenamente os potenciais benefícios económicos e sociais da IdC", lê-se num comunicado.

No futuro, objetos do quotidiano, como telemóveis, automóveis, eletrodomésticos, vestuário ou mesmo os alimentos, estarão ligados sem fios à Internet, podendo recolher e partilhar dados. Tal implica que se encontre forma de tirar partido desta realidade, sem deixar de assegurar um "controlo adequado dos dispositivos que recolhem, tratam e armazenam informações", realçam os responsáveis.

"Por exemplo, se um professor universitário anular uma aula da manhã por se sentir doente, os despertadores e as máquinas de café dos alunos poderão ser automaticamente reprogramados, oferecendo-lhes uma hora suplementar de sono. Se um idoso se esquecer de tomar um comprimido muito importante, poderá ser enviada uma mensagem de texto de alerta a um parente próximo ou mesmo a um centro de emergência local, para que alguém entre em contacto com o idoso e verifique se ele está bem", detalha a nota aos meios.

Entre as principais preocupações enumeradas estão questões como as respeitantes ao tratamento dos dados relativos a padrões de comportamento, localização e preferências dos utilizadores - que tanta polémica têm gerado.

Assim, foi agendada uma consulta pública, a decorrer até 12 de julho. Os resultados serão tomados em conta na recomendação a apresentar no verão de 2013, acrescenta o regulador, realçando que a IdC é uma "prioridade da Agenda Digital para a Europa".

Nota da Redação: Foi corrigido um lapso na terminologia usada no artigo.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Joana M. Fernandes