Cerca de 40 grandes grupos de comunicações exprimiram interesse em comprar a rede de dados da KPNQwest, operadora que declarou recentemente falência, prevendo-se que várias empresas europeias e norte-americanas efectuem ofertas de licitação de partes da rede pan-europeia, informou a agência Reuters.



Citando "um executivo próximo da administração da KPNQwest", aquela agência afirmou que seria concedida prioridade máxima a licitações para aquisição de toda a rede de fibra óptica da operadora, uma das maiores da Europa.



Segundo aquela fonte, a britânica Colt Telecom, a Deutsche Telekom, a operadora belga Belgacom e a norte-americana AT&T são algumas das interessadas no leilão de aquisição da rede de dados da KPNQwest



O banco norte-americano de investimento Lehman Brothers e a operadora alemã de telecomunicações eTel confirmaram que estão a considerar adqurir a rede da Europa Central da companhia, que será vendida separadamente, podendo o negócio ocorrer já na próxima semana.



Esta rede tem uma extensão de 25 mil quilómetros e liga 60 cidades europeias, através da qual a KPNQwest transporta um terço do tráfego IP de toda a região e disponibiliza serviços para companhias como a Dell, Nokia e a Hewlett-Packard.



Fruto de uma joint-venture entre a operadora holandesa KPN e a norte-americana Qwest, a empresa deu início ao seu processo de falência no final do mês passado depois de não ter conseguido encontrar um comprador para alguns dos seus activos estimados em 100 milhões de euros.



Apesar de alguns clientes, como a empresa de televisão por cabo UPC ter-se afastado da KPNQwest, outras, como a HP e a Nokia, parecem determinadas em manter-se na rede da operadora. Os administradores ofereceram um mês adicional de funcionamento da rede se um número suficiente de clientes pagasse em adiantado a subscrição mensal do serviço de acesso à rede.



Contudo, não conseguiram alcançar o objectivo de reunir a quantia necessária dentro do prazo limite para evitar a falência - um montante situado entre os 18,1 e os 23,6 milhões de dólares (entre 19,17 e 25 milhões de euros).



Agora o banco de investimento Bear Stearns tem menos de três semanas para concretizar o negócio da compra da rede, depois de a KPN ter desembolsado 8,3 milhões de dólares (8,79 milhões de euros), o que permitiu que os responsáveis pela liquidação da sociedade comercial mantivessem a rede em funcionamento.



Contudo, os cerca de 100 antigos funcionários da KPNQwest que estão desde há oito dias a trabalhar voluntariamente para manter em funcionamento a rede de banda larga da operadora ameaçaram encerrá-la às 17 horas de sexta-feira, dia 14 de Junho, caso não fosse encontrado nenhum comprador até essa altura. Até à hora de publicação desta notícia o TeK não conseguiu confirmar se a ameaça foi de facto cumprida.



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