Depois de ter de ter definido o investimento em Redes de Nova Geração como estratégico para Portugal, o Governo tem continuado a investir no desenvolvimento de infra-estruturas de fibra óptica a nível do Ensino Superior e nas Redes Comunitárias. Luís Magalhães, presidente da UMIC, apontou ontem os desenvolvimentos registados nos últimos meses e afirma que o mercado dá sinais de estar preparado para Redes de Nova Geração.

No âmbito da conferência FTTH Forum 2008, que decorre em Lisboa, o presidente da Agência alertou para o facto das Redes de Nova Geração exigirem não só a instalação de infra-estruturas de fibra óptica, mas também o desenvolvimento e a disponibilização de serviços avançados sobre banda larga e a articulação com banda larga móvel.

A Rede Ciência Tecnologia e Sociedade (RCTS) assegura actualmente ligações em cabo de fibra óptica propriedade da FCCN a mais de 70% do ensino superior (em termos de números de estudantes) e desde Julho de 2008 está ligada internacionalmente a 10 Gbps, cerca de 10 vezes o valor de Julho de 2005. Têm também sido desenvolvidos serviços sobre esta estrutura, entre os quais se contam a Biblioteca do Conhecimento Online, o projecto e-Campus, a Iniciativa Nacional Grid, serviços de videoconferência de alta definição e a disponibilização de VoIP para todo o ensino superior. Está ainda previsto o desenvolvimento do Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal até ao fim de 2008.

A nível de Redes Comunitárias, quatro projectos desenvolvidos para zonas desfavorecidas começaram a construção em Maio deste ano e já contam com condutas técnicas cujo comprimento ultrapassou metade dos mais de 1.000 Km previstos, devendo ficar concluídas até final do ano, adianta Luís Magalhães. Os projectos do Vale do Minho, Vale do Lima, Terra Quente Transmontana e Distrito de Évora pretendem criar redes públicas de banda larga exploráveis em regime de multi-operação e fornecendo acesso idêntico a todos os operadores em concursos para a sua exploração

O presidente da UMIC afirma ainda que o mercado dá sinais de estar preparado para as Redes de Nova Geração, e em particular para FTTH (Fibre to The Home), apontando a duplicação da penetração de banda larga nos agregados familiares, que atinge já 39 por cento, segundo os últimos números divulgados pelo INE.

Recorde-se que há cerca de três meses o Governo definiu a promoção do investimento em Redes de Nova Geração como prioridade estratégica para o País e estabeleceu como meta a ligação de 1 milhão de utilizadores a Redes de Nova Geração até 2010.