A França ultrapassou a Alemanha no número de linhas de banda larga desagregadas, atingindo as 750 mil contra as 65 mil linhas registadas no final do ano passado. Dando início ao processo de desagregação do lacete local mais tarde (as primeiras regras para o mercado grossista e retalhista foram definidas em 1999, mas a sua implementação atingiu o auge apenas em 2002) a França conseguiu entretanto ultrapassar a Alemanha, que desde 1998 trabalha na abertura de centrais telefónicas aos novos operadores e na definição de regras de acesso aos clientes para todos os players.



Os avanços da França neste domínio significam um maior número de serviços inovadores como a voz sobre IP ou Televisão sobre DSL e um aumento dos níveis de investimento no sector, refere o relatório do European Competitive Telecommunications Association (ECTA).



O documento analisa ainda a realidade dos novos Estados-membros, concluindo que nos 29 países membros da UE existiam no final do segundo semestre 29 milhões de ligações banda larga, sendo que nos novos entrantes três quartos das ligações de banda larga são asseguradas por infra-estruturas alternativas.



A associação conclui que na generalidade dos países da Europa, de que é particular exemplo a França, a intervenção dos reguladores (nacional e comunitário) foi fundamental para acelerar o processo de desagregação do lacete local e implementar um conjunto de melhores práticas.



A ECTA apurou também que o DSL continua a ser a tecnologia de banda larga predominante na Europa, representando 79 por cento do total de ligações, o que demonstra os progressos na liberalização da rede fixa, por um lado, e a disponibilidade dos operadores para investir quando são criadas condições para isso, por outro.



Ainda assim, e segundo o mesmo documento, o peso dos incumbentes no mercado grossista e retalhista simultaneamente mantêm-se elevado por toda a Europa. Cerca de 77 por cento das linhas DSL exploradas no mercado de grosso pelos incumbentes são também exploradas por empresas suas no retalho. Apenas 2 por cento das linhas são ligação para retalho puras.



Em Portugal os operadores alternativas estão também a aumentar a sua presença junto das centrais telefónicas entretanto desagregadas que podem ter mais ou menos linhas consoante vários factores. A Oni está já em 56 centrais e a Novis em 31, de acordo com os últimos números fornecidos pelas empresas.



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