A Huawei continua sob escrutínio dos mercados mais importantes da Europa no que diz respeito à sua participação na construção das redes 5G. Segundo a publicação Der Spielgel, citada pela Reuters, um representante de topo da Huawei do mercado alemão apelou ao governo de Angela Merkel que não excluísse a fabricante da rede 5G.
As afirmações surgem depois da decisão do Reino Unido ter lançado uma nova investigação acerca do impacto da utilização de equipamentos da Huawei na infraestrutura de redes 5G. As indicações do Centro Nacional de Cibersegurança (NCSC, na sigla em inglês) agora conhecidas levaram o governo britânico a tomar a decisão de banir a Huawei das redes 5G, o que tem um impacto a vários níveis.
A Alemanha já considerava "prematura" uma possível exclusão da empresa chinesa na rede 5G. O presidente da Agência Federal de Telecomunicações afirmou, antes de ser conhecida a decisão do Reino Unido, que não havia “razão para excluir a Huawei desde o início". Na altura, Jochen Homann justificou a sua posição garantindo que não havia riscos de segurança para o país. Em contraste com a decisão sobre a Huawei no Reino Unido, a escolha está ainda pendente na Alemanha.
O governo de Angela Merkel decidiu adiar qualquer decisão sobre a certificação e as regras para depois das férias de verão, resistindo às pressões de alguns legisladores internos simpatizantes dos Estados Unidos, que pedem para expulsar imediatamente a Huawei da rede 5G. Segundo David Wang, o representante da marca na Alemanha, “a abordagem do governo em definir os mesmos critérios apertados de segurança para todos é o caminho certo para garantir que as redes são seguras".
David Wang salienta que as três principais operadoras de comunicações móveis da Alemanha são clientes da Huawei há 15 anos, e nenhuma encontrou qualquer prova das alegações que os Estados Unidos estão a fazer em relação à insegurança dos equipamentos.
Para além do Reino Unido, também a França está a obrigar os operadores a retirar todo o equipamento da Huawei das redes 5G até 2028. Neste caso, nem sequer houve um anúncio público a excluir a fabricante chinesa.
Apesar de não ter assinado nenhum contrato específico com a Huawei sobre o 5G, a Deutsche Telekom já terá metade da sua rede de quinta geração com a tecnologia da fabricante chinesa. Esta decisão já terá sido alvo de críticas por analistas da indústria, referindo que a maior empresa de telecomunicações alemã, publicamente contra o afastamento da Huawei, procura instalar o máximo de rede possível antes de uma decisão política sobre o assunto.
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