O contrato entre a MEO e a Nokia terá sido acordado, mas ainda não assinado, e o anúncio deverá ser feito já no próximo mês, avança a Reuters, referindo-se a uma publicação de blog interno da Nokia, corroborada por duas fontes próximas do assunto.  A partir do blog pode afirmar-se que a Nokia deverá ganhar esse contrato de fornecimento à operadora da Altice em Portugal. A Reuters diz que não obteve comentários à informação junto da Nokia e da Huawei.

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Até agora, a chinesa Huawei é o único fornecedor de equipamento de rede de acesso via rádio (RAN) 2G, 3G e 4G da operadora móvel portuguesa.

“Nos últimos anos a MEO (…) é fornecida de RAN apenas pela Huawei. Por outras palavras, a Huawei tem tido 100% de quota de mercado em 2G/3G/4G. Fomos agora selecionados para substituir a Huawei em alguns dos principais mercados em Portugal”, diz Tommi Uitto, presidente das redes móveis da Nokia num blog interno a que a Reuters teve acesso.

A possível mudança de fornecedor poderá estar relacionada com o afastamento das empresas chinesas, incluindo a Huawei, da participação nas redes 5G em Portugal, anunciada pelo Governo há cerca de um ano. A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) tem a cargo a definição das regras a aplicar.

Esta decisão está em linha com as políticas europeias. A Comissão Europeia confirmou que alguns Estados-membros decidiram “excluir completamente a Huawei e a ZTE das suas redes 5G”, o que foi considerado pela CE uma opção “justificada e adequada”. A Huawei também foi proibida nos EUA por questões de segurança e já este mês agravou as medidas contra a empresa.

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Entretanto, a presidente executiva (CEO) da Altice Portugal, Ana Figueiredo, manifestou preocupação com o momento da deliberação que retirou a Huawei da lista de fornecedores de 5G e diz que a redução de concorrência nesta área “diminui as opções”.

A confirmar-se a notícia do acordo entre a MEO e a Nokia, este marcará o regresso empresa finlandesa ao mercado português de RAN, após o ter perdido para a Huawei há muitos anos. A Nokia não forneceu nenhuma operadora de serviços de comunicações com RAN no país desde então, escreveu Tommi Uitto, no blog a que a Reuters teve acesso.

Os equipamentos RAN representam a grande parcela das vendas de telecomunicações para empresas. Operam neste mercado a Huawei, a Ericsson, a Nokia, a ZTE, entre outras. No entanto, a quebra da procura de equipamentos por parte das telecoms desde 2023 atingiu as empresas europeias, levando-as a cortar milhares de postos de trabalho. O mercado global de redes de acesso via rádio deverá recuar 5 a 8% neste ano, segundo os analistas da Dell’Oro.

Nota da Redação: Foi feita uma correção no primeiro parágrafo da notícia