No relatório "On the mobile - New behavior study", elaborado pela professora universitária Sadie Plant e subsidiado pela Motorola, identificaram-se diversos novos comportamentos, através de entrevistas, trabalho de campo e observação. A pesquisa efectuada demonstra o impacto dos telefones móveis nos modos de relacionamento das pessoas no trabalho, no amor e na vida em geral, em cidades tão diferentes como Chicago, Tóquio, Beijing, Hong Kong, Bangkok, Peshawar, Dubai, Londres e Birmingham.


"Não importa como um telemóvel é chamado e como é usado, os telemóveis alteram as possibilidades e as apresentações práticas em diversos aspectos da vida de todos os dias", concretizou Sadie Plant, referindo ainda que "o telefone celular mudou a natureza da comunicação, afectando identidades e relacionamentos, alterando o desenvolvimento de estruturas sociais e actividades económicas. O telemóvel é um instrumento sociológico de avaliação das percepções dos seus utilizadores sobre eles próprios e sobre o mundo onde se inserem", concluiu.

Aquela investigadora defende a existência de determinados padrões de comportamento que distinguem quem usa telemóvel, como o poder pessoal, as diferenças entre sexos, símbolos de status masculino, utilizadores "innies e outies", estereótipos, o uso de telemóveis secretos e a geração do polegar.


Para o sexo masculino, a exibição dos telemóveis em público, funciona como símbolo de status ou até de virilidade, quando se fala de competição de adolescentes que procuram as mais recentes e radicais tecnologias. De acordo com aquele estudo, não se pode negar que os telemóveis mudaram permanentemente o modo como as pessoas de ambos os sexos interagem.


Algumas das conclusões do "On the Mobile" reforçam ainda a ideia do poder pessoal porque quem possui telemóvel pode trabalhar em qualquer lugar. As mulheres, por sua vez, tendem a considerar o telemóvel como um meio de expressão e comunicação social, enquanto os homens o olham como um brinquedo interactivo. No entanto, as evidências sugerem que os homens se tornaram mais conversadores e comunicativos desde que usam o telefone móvel, apesar de muitas vezes este ser um meio de demonstrar a agressão em frente de um rival ou até ser usado como ritual de namoro.


Sadie Plant identifica também seis tipos distintos de utilizadores de telemóvel baseado em características comuns, comparando-os com seis diferentes tipos de pássaros. Os Mochos, por exemplo, têm tendência a guardar o seu telemóvel e usá-lo minimamente, efectuando apenas as chamadas indispensáveis, enquanto os Melros tendem a ser mais agressivos, abrindo caminho entre multidões enquanto falam alto pelo telemóvel.


Ainda no campo de análise dos estereótipos surgem dois grandes grupos de utilizadores "innies" e "outies": os "innies são calmos, discretos e comedidos nas suas conversações móveis, enquanto "outies" são barulhentos e menos preocupados com o que as pessoas possam pensar.


O estudo indica ainda um modo de comportamento relacionado com a existência do "telemóvel secreto", que indica que muitos utilizadores de telemóveis mantêm um segundo telefone secreto para suas relações amorosas secretas ou negócios clandestinos ou tão-somente para terem uma linha disponível para os amigos.



No que diz respeito à geração do polegar, Sadie Plant esclarece que esta se refere à forma como os adolescentes usam o polegar para escrever mensagens e números, que inclusivamente modificou o modo de apontar e de tocar campainhas.

A importância do telemóvel na sociedade

A Motorola patrocinou este estudo para dar a conhecer como pessoas de todo o mundo lidam e exploram a tecnologia móvel e como o uso de telemóveis modificou as suas vidas. "As atitudes acerca de telemóveis são diferentes em culturas diversas", sustentou Helen Normoyle, directora sénior do departamento de análise do comportamento dos consumidores do sector de comunicações pessoais da Motorola. "O telemóvel ajuda as pessoas a atravessar fronteiras - tanto físicas como culturais. As mudanças que entretanto surgiram podem dizer-nos muito acerca das alterações do mundo e das culturas no futuro", sugeriu aquela responsável.

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