Nos primeiros três meses deste ano, os serviços de comunicações em pacote renderam aos operadores cerca de 540 milhões de euros (sem IVA), valor que corresponde a mais de metade (53,4%) do total das receitas retalhistas.

Neste período em análise, as receitas associadas aos pacotes de serviços de telecomunicações cresceram 9% face ao mesmo período do ano anterior, um avanço que também se verificou nos dois trimestres anteriores e que, como sublinha a Anacom, não se verificava desde 2016.

Neste universo, os pacotes com quatro ou cinco serviços associados são os que mais rendem, representando 68,5% do total das receitas em pacote ou 36,6% do total das receitas retalhistas, realizadas principalmente no segmento residencial (86,6%).

A receita média mensal por subscritor de pacotes fixava-se no final de março nos 38,51 euros, valor que traduz o maior crescimento anual desde 2016 (6,4% face ao período homólogo). Nas ofertas 4/5P a receita média por cliente aumentou para 47,16 euros (melhorando 5,3%) e nos serviços 3P fixou-se nos 29,68 euros (a crescer 4,9%).

Os dados da Anacom mostram também que no final de março existiam 4,7 milhões de subscritores de pacotes de serviços, mais 105 mil (ou 2,3%) do que no mesmo trimestre do ano anterior. O crescimento deve-se exclusivamente à maior adesão a pacotes 4/5P, que ganharam 155 mil novos clientes no último ano, para um total de 2,6 milhões, entre novos clientes de serviços em pacote e clientes de outras ofertas já nesse modelo.

As ofertas 3P, que ainda representam 35% dos clientes deste tipo de serviços, foram as que mais perderam com a migração para pacotes mais completos. O número de clientes 3P sofreu o maior decréscimo anual desde 2015 ( caiu 2,9%).

No final do primeiro trimestre do ano mais de 85% dos acessos fixos eram comercializados em pacote, uma prevalência que é maior nos serviços de TV (98%), mas igualmente elevada na internet (96,4%) e no telefone fixo (83,1%). Nos acessos móveis é menos relevante (35%).

Por empresas, a Meo continua a liderar o mercado, com uma quota de subscritores destes serviços de 41,6%. Seguiu-se a NOS, com 35,1%, a Vodafone (20,5%) e a NOWO (2,7%). MEO e Vodafone conseguiram ganhar clientes face ao trimestre anterior, entre janeiro e março deste ano. Em termos líquidos, a NOWO foi o único dos prestadores referidos a diminuir o número de subscritores de pacotes.

A MEO foi também o operador com maior quota de receitas de serviços, 40,3%, seguindo-se a NOS (39,6%), a Vodafone (18,5%) e a NOWO (1,5%).