(Actualizada) Sem surpresas, a Portugal Telecom e a sueca AirPlus Tv entregaram hoje as candidaturas à Televisão Digital Terrestre. A empresa liderada por Zeinal Bava concorrente às plataformas paga e gratuita, enquanto a AirPlus Tv apenas apresentou proposta para a plataforma de serviços pagos incompleta, confirma o Diário Económico que na edição desta manhã explicava as razões.



Segundo o diário o grupo, que vinha negociando com a Media Capital um acordo de acesso à rede de transmissão televisiva detida pelo grupo ficou sem alternativas depois da PT ter anunciado a compra da RETI. O negócio passa para as mãos do grupo as duas únicas infra-estruturas deste género existentes em Portugal. A outra é da PT.



A AirPlus Tv ainda terá pedido ao governo para adiar o concurso de forma a permitir aos interessados encontrarem alternativas, o que neste caso significa negociar parcerias para garantir o acesso a uma infra-estrutura de transmissão, mas sem sucesso. O ministério de Mário Lino remeteu o pedido para a Anacom que manteve os timings. A empresa avançou na mesma como uma candidatura mas que está incompleta no que diz respeito aos preços previstos para os serviços.



Informações avançadas pelo Jornal de Negócios dão conta de que a AirPlus Tv pretende investir entre 70 e 80 milhões na plataforma de conteúdos pagos, num projecto que prevê a cobertura de 75 por cento da população a três anos e meio.



A PT, por seu lado, remeteu para amanhã qualquer esclarecimento. O responsável limitou-se a garantir que na altura estabelecida para o switch-off pela União Europeia, 2012, a TV analógica poderá de facto ser desligada. A PT marcou entretanto para amanhã às 15 horas uma conferência de imprensa.



Potenciais concorrentes à TDT como a Vodafone ou a Ar Telecom já antes tinham revelado o seu desinteresse no concurso, que consideraram com um modelo definido pouco viável.



Sonaecom já reagiu à falta de mais candidaturas à TDT



A Sonaecom lançou um comunicado onde lamenta a falta de mais candidatos para operar a Televisão Digital Terrestre e considerando que esse é o resultado de um modelo de concurso que, por apostar fortemente na rápida cobertura do território, privilegia fortemente os detentores de infra-estruturas de transmissão.



"É verdadeiramente surpreendente que, em lugar de se procurar evitar uma maior concentração de plataformas na titularidade do incumbente, as autoridades portuguesas tenham permitido o reforço da posição dominante no mercado global das telecomunicações por parte da entidade que sempre o dominou até hoje", diz o documento.



Assinado pelo Conselho de administração da Sonaecom, o comunicado defende que a "televisão digital terrestre ficará integralmente dependente do modo como aquela empresa pretende configurar o negócio" e critica o acordo da PT com a Media Capital por passar também para o controlo do incumbente a segunda rede de transmissão do país, na qual poderiam suportar-se outros candidatos, garantindo a capacidade de chegar nos prazos previstos às fatias da população estipuladas.



"Fica, assim, no espírito de investidores nacionais e estrangeiros, a sensação de que se assiste a um ajuste directo travestido de concurso, com danos na credibilidade e no desenvolvimento do País, bem como no interesse da concorrência e dos consumidores", termina a mensagem.



Nota de redacção: A notícia foi actualizada com a posição da Sonaecom sobre o número de propostas apresentadas ao concurso da TDT.



Notícias Relacionadas:

2008-04-22 - Portugal Telecom garante acordo com canais nacionais para TDT

Não perca as principais novidades do mundo da tecnologia!

Subscreva a newsletter do SAPO Tek.

As novidades de todos os gadgets, jogos e aplicações!

Ative as notificações do SAPO Tek.

Newton, se pudesse, seguiria.

Siga o SAPO Tek nas redes sociais. Use a #SAPOtek nas suas publicações.