Os portugueses fazem um uso limitado das chamadas telefónicas e da Internet no telemóvel por estarem preocupados com os custos associados a essas ações. Os utilizadores nacionais suplantam em larga margem a média europeia, o que coloca Portugal entre os países onde o preço das telecomunicações mais condiciona o uso das mesmas.

No relatório Eurobarómetro 396, elaborado pela Comissão Europeia, 86% dos inquiridos portugueses dizem limitar as chamadas que fazem para utilizadores de outras redes móveis ou fixas por terem receio dos custos associados. Neste ponto de análise a média europeia é de 49%.

Outros 79% dizem limitar as chamadas feitas a partir de telemóvel para destinos internacionais, contra os 55% da UE a 27 membros, enquanto 58% também limitam as chamadas nacionais por causa do preço.

Até no acesso à Internet a partir do telemóvel o preço assusta os consumidores portugueses: 58% dizem estar preocupados, contra 34% da média europeia. Por esta razão, escreve a CE em comunicado, Portugal está entre os países onde a taxa de penetração dos smartphones está ainda abaixo dos 35%.

E o dinheiro parece mesmo ser um factor determinante para os consumidores nacionais no que diz respeito às telecomunicações. Cerca de 94% dos inquiridos confessam não estar preparados para trocar de ligação à Internet, ainda que com melhores condições como a velocidade, sob pena de terem que pagar mais por esse serviço. Neste ponto de análise a média europeia é de 81%.

Por outro lado se o preço se mantivesse e caso a velocidade do pacote subscrito fosse maior, apenas 28% admitem trocar de serviço.

Outros dados do Eurobarómetro 396 dizem que em 10% das habitações portuguesas já há alguém que faz chamadas VOiP, apenas 22% dos utilizadores nacionais têm um plano de dados associado ao telemóvel e 85% da população tem acesso a um telemóvel - em todos os indicadores Portugal está abaixo da média da UE a 27 membros.

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O estudo que deu origem aos resultados acima citados teve por base 26.786 entrevistas cara a cara, 1.026 das quais foram feitas a portugueses, e decorreu entre os meses de fevereiro e março deste ano.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico