Os telemóveis de tecnologia UMTS devem chegar a Portugal no próximo Verão, embora as redes só devam iniciar o serviço comercial já em Janeiro de 2003 após o alargamento do prazo garantido às quatro operadoras licenciadas. Mas, o preço dos telemóveis de terceira geração podem vir a constituir uma barreira a quem deseje adquirir um modelo mais actual. De acordo com valores publicados na edição de hoje do Diário de Notícias o preço médio dos equipamentos 3G será de 500 euros ou 100 contos, segundo informações disponibilizadas pelos operadores móveis a este órgão de comunicação.



Para contrariar a eventual tendência da não aquisição de modelos 3G, devido ao seu custo, as empresas de telecomunicações móveis podem optar por subsidiar a sua aquisição. Não se trata de boa vontade, mas de uma maneira de angariar novos clientes. A Optimus, por exemplo, deve subsidiar cerca de 80 por cento ou mais os aparelhos. Note-se que este é o operador que mais subsidia já que a TMN e a OniWay oferecem apenas 30 por cento e uma média de 40 por cento, respectivamente. Quanto à Vodafone não se conhece nenhuma estratégia neste sentido.



Muito importante para este sector é a angariação de novos clientes, mas numa altura em que o mercado já está saturado, ninguém parece entender-se quanto ao número de utilizadores nacionais que vão ser o alvo das campanhas dos vários operadores nesta área.



Segundo a Anacom – antigo Instituto das Comunicações de Portugal – sentiu-se um aumento de 32 por cento entre o terceiro trimestre de 2001 e o período homólogo de 2000, o que se traduz em 1,8 milhões de novos utilizadores nas redes móveis. Para a Anacom existiam no terceiro trimestre do ano passado 7,6 milhões de clientes entre a Vodafone Telecel, TMN e Optimus. Mas, os dados fornecidos pelos três operadores ao DN de hoje revelam que em Setembro existiam 8,081 milhões de utilizadores em território nacional: 3,623 milhões da TMN, 2,668 milhões da Vodafone Telecel e 1,790 milhões da Optimus.



Para além do custo da aquisição dos telefones resta ainda saber como irão ser os tarifários para a tecnologia UMTS. Embora, segundo o DN não exista uma opinião generalizada nesta matéria – principalmente porque os novos modelos vão estar sempre ligados – sabe-se já que se vai deixar de pagar ao minuto e por kilobit.



O investimento dos quatro operadores móveis de UMTS é de 9,35 mil milhões de euros ou 1,87 mil milhões de contos, mas a partilha de redes reduziu em algumas dezenas de milhões de contos o emprego de capital. As joint ventures foram outra forma encontrada pelos operadores para maximizar os recursos. A Vodafone e a Optimus deverão unir-se para a gestão conjunta de torres procurando ainda um investidor internacional e, por outro lado, a OniWay vai actuar com o suporte da rede da TMN, no roaming nacional. Só a Vodafone deverá poupar 124,69 milhões de euros no investimento a fazer ao longo dos 15 anos da concessão.



Espera-se que, segundo o estudo "The UMTS Third Generation Market - Phase II: Structuring the Service Revenue Opportunities" publicado em Maio de 2001, do UMTS Forum, que as receitas globais dos serviços 3G atinjam os 300 mil milhões de dólares em 2010 (cerca de 339,70 milhões de euros ou 68 mil milhões de contos).



Entretanto irá realizar-se em Cannes, França, o 3GSM World Congress de 19 a 22 de Fevereiro. Neste evento serão discutidos os problemas do sector e da apertada agenda para este ano, e ainda as questões relacionadas com as parcerias, messaging, GPRS, evolução dos aparelhos, conteúdos e serviços, optimização e qualidade, partilha de redes, marcas e distribuição, assim como a sua utilização.



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