Acabar com os custos das chamadas na rede fixa entre departamentos de uma mesma entidade é um objetivo que na maior parte das empresas está cumprido, mas que na Administração Pública está por concretizar.



O concurso para o próximo acordo-quadro para a voz e dados é o instrumento que vai promover esta mudança. A mudança chegará ao terreno de forma progressiva, à medida que os organismos fizerem compras, tendo por base as propostas e condições previamente estabelecidas com os operadores que figurarem no catálogo atualizado pelo acordo-quadro.



O objetivo é assegurar que "do ponto de vista técnico - e seguindo um modelo que as universidades já têm - seja possível ligar entre organismos sem custos de comunicações, apesar de cada um ter os seus operadores de telecomunicações", explicou ao TeK André Vasconcelos.



No caderno de encargos para o concurso, que será lançado durante este mês pela eSPap, os operadores que pretendam fornecer serviços de comunicações fixas à AP têm de assegurar que quando um organismo público comprar comunicações instalam junto da central telefónica do organismo a media gateway que vai permitir selecionar o tráfego e encaminhar de forma distinta chamadas dentro e para fora da AP.



A componente de dados das comunicações é outra área de atuação prevista no PGETIC. O objetivo está traçado e passa pela implementação de um nó central de comunicações dentro da AP.



"Hoje cada organismo que pretende ligar-se a outro para trocar dados contrata um circuito de comunicações. Se existisse um local onde todos os organismos se ligassem, cada organismo só precisaria de pagar um link de comunicações" em vez de dezenas de ligações como acontece hoje, explicou André Vasconcelos em entrevista ao TeK. Neste caso, no entanto, a estratégia está definida e é conhecida, mas a implementação não está ainda definida.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira