São vários os estudos que tentam mostrar o impacto económico da implementação das Redes de Nova Geração e em Portugal já se esgrimiram diversos números. A APDC vem agora contribuir com mais uma análise, num estudo encomendado ao The Boston Consulting Group que foi hoje revelado na conferência Predictions & Broadband Summit que decorre em Lisboa.

Neste estudo são contabilizados em 3 mil milhões de euros os impactos económicos e sociais a extrair das Redes de Nova Geração, de forma directa e indirecta, o que representa 1,8% do Produto Interno Bruto no prazo de 3 a 5 anos. Para além dos investimentos directos em infra-estrutura, que se elevam a 1,9 mil milhões de euros, a análise contempla investimentos indirectos de mais um milhar de milhão de euros e benefícios adicionais, como as reduções de custos e serviços.

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Segundo esta análise, há ainda o impacto decorrente da criação de 15 a 20 mil postos de trabalho permanentes e qualificados, embora na fase de implementação da infra-estrutura e desenvolvimento de serviços devam ser envolvidos 40 a 45 mil profissionais.

Xavier Martin, CEO da Oni e coordenador deste estudo, lembra que as Redes de Nova Geração não vão mudar o mundo por si só, mas podem materializar uma mudança em várias áreas da sociedade do conhecimento. A ideia do estudo foi ultrapassar a visão das telecomunicações, identificando 26 serviços que podem ser potenciados pelas RNG e que são apresentados em três vagas.

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"Existe um potencial de crescimento disruptivo [com as RNG], mas é necessário conjugar dois factores: se fizermos bem e rápido Portugal ganha vantagem competitiva e pode atrair investimento estrangeiro e criar serviços de valor, e é necessário ter novos modelos de negócio e serviços disruptivos", justifica o coordenador do estudo.

Embora sublinhe que não é fácil, Xavier Martin acredita que é preciso capitalizar as oportunidades que as redes de nova geração oferecem, defendendo também que vale a pena arriscar e lembrando que os que pretendem inovar em contexto favorável chegam tipicamente atrasados e que normalmente os principais impedimentos à inovação estão na liderança das empresa.

O estudo hoje apresentado só deverá estar concluído em Setembro, abrindo-se agora espaço para a participação de todas as entidades interessadas com contributos sobre o tema.

Para já ficam também os contributos de dezenas de empresas e entidades do sector com a apresentação de provas de conceito de serviços suportados nas RNG para diferentes áreas, desde o governo electrónico à saúde e segurança.

Fátima Caçador