De acordo com uma nova investigação, o exército russo terá sido responsável por um ciberataque ao satélite KA-SAT, da Viasat, que afetou as comunicações do exército ucraniano, assim como o acesso à Internet em algumas zonas da Europa, no final de fevereiro.
A 24 de fevereiro, o dia em que a Rússia deu início à invasão à Ucrânia, os serviços do satélite KA-SAT sofreram disrupções. Mais tarde, a Viasat veio a público esclarecer que as falhas, descritas pela própria como uma “avaria parcial de rede”, se deveram a um “ciber-evento”. Sem avançar mais pormenores, a empresa indicou que a situação estava a ser investigada.
Em declarações ao jornal The Washington Post, fontes com conhecimento na matéria, e ligadas ao governo dos Estados Unidos, indicaram que analistas dos serviços de inteligência do país concluíram que espiões militares russos estiveram por trás das disrupções nos serviços. Porém, o governo dos Estados Unidos não anunciou publicamente as conclusões desta investigação.
“Não temos uma atribuição que possamos partilhar neste momento”, afirmou Saloni Sharma, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, à publicação. “Estamos preocupados com o aparente uso de operações cibernéticas para causar disrupções nos sistemas de comunicação na Ucrânia e na Europa e comprometer o acesso de empresas e indivíduos à Internet”, detalhou a porta-voz.
Recorde-se que ainda no início desta semana, o presidente dos Estados Unidos alertou para a escalada de ciberataques provenientes da Rússia, que podem atingir empresas norte americanas e alvos estratégicos, numa forma de retaliação perante a posição dos país e dos seus aliados.
Joe Biden pediu ao setor privado norte-americano, que possui e administra a maior parte das infraestruturas essenciais do país, para agir com urgência no fortalecimento dos respetivos sistemas e mecanismos de segurança.
Por outro lado, a Rússia negou que estivesse a preparar ciberataques contra os Estados Unidos em resposta às sanções impostas pelo Ocidente por causa da invasão russa da Ucrânia.
O FBI também alertou para o interesse acrescido por parte de piratas informáticos russos em empresas do setor da energia desde o início da invasão russa da Ucrânia.
Numa das suas mais recentes análises, a polícia federal dos Estados Unidos especificou que hackers russos pesquisaram pelo menos cinco empresas de energia, em busca de vulnerabilidades, e pelos menos 18 outras em setores como defesa e serviços financeiros.
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