O aumento da inflação e das taxas de juro, o abrandamento de algumas economias e a quebra de confiança dos consumidores têm obrigado a reajustar estratégias no sector das telecomunicações, mas a expectativa é que o sector se mantenha bastante dinâmico em 2023, defende a Deloitte, no estudo TMT Predictions 2023.

Um dos avanços que promete marcar o ano é a chegada de smartphones 5G com preço abaixo dos 100 euros ao mercado. Outro é a massificação de satélites de banda larga, que permitirão fornecer internet de alta velocidade a um número elevado de utilizadores, mesmo em zonas remotas do planeta.

No que se refere ao 5G, e ao efeito da chegada ao mercado de equipamentos com preços abaixo dos 100 euros, numa fase inicial, a Deloitte não prevê um impacto significativo nas vendas totais de smartphones. No entanto, a consultora assinala que a chegada destes dispositivos cria condições para trazer a maioria dos consumidores, em diferentes mercados, para a quinta geração e que isso acabará por mudar o mercado.

“O mercado potencial, em termos de faturação, é enorme, e, por isso, a empresa pioneira no lançamento de um dispositivo 5G com um preço acessível terá benefícios tanto em termos económicos como reputacionais”, sublinha também a Deloitte.

O potencial do 5G na área empresarial também tem sido evidenciado e este ano continuará a concretizar-se. A migração para redes de base independentes 5G vai permitir às organizações maior densidade e fiabilidade nos dispositivos e abrir portas para aplicações empresariais mais avançadas.

Do lado dos operadores, o investimento em redes 5G puras também tende a aumentar. A Deloitte prevê que o número de operadoras de telecomunicações a investir em redes independentes 5G duplique em 2023, para 200.

Os Satélites de Baixa Órbita, para fornecer internet de alta velocidade, vão continuar a multiplicar-se este ano, como confirmam os planos de expansão da Starlink, ou da  Amazon. A Deloitte sublinha que esta expansão vai fazer chegar novos serviços de alto débito até às zonas mais remotas do planeta. A consultora prevê que mais de 5.000 satélites de banda larga estarão em baixa órbita até ao final do ano, para levar já internet de alta velocidade a quase um milhão de internautas a nível global.

A prazo, “se todas as empresas que planeiam construir as chamadas constelações LEO forem bem-sucedidas, poderá significar um total de 40 a 50 mil satélites, que servirão mais de 10 milhões de utilizadores”, estima a consultora. Ainda que polémicos, pelo impacto para outras atividades ligadas ao espaço, estas infraestruturas podem vir a impulsionar a criação de novas aplicações, abrir caminho a preços mais baixos, maior cobertura e fiabilidade e, consequentemente, menor latência.

“Este ano será naturalmente marcado por um contexto macroeconómico mundial bastante desafiante, mas prevê-se que o mercado das telecomunicações atue em contraciclo e venha inclusivamente a crescer”, defende Pedro Tavares, Partner e Líder da Indústria de Technology, Media & Telecommunications da consultora.

“No entanto, o sector deverá ter em conta as necessidades atuais dos consumidores e
procurar soluções tecnológicas que, por um lado ofereçam o melhor custo-benefício e
que, por outro, tenham em consideração as preocupações com o futuro do nosso
planeta”, acrescenta o responsável.

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