"A Vodafone informa que a prioridade do dia de hoje tem sido a estabilização da sua rede e a recuperação do serviço de voz fixa, que tem relevância para todos os clientes, mas em especial para os clientes empresariais. Desde a hora de almoço que iniciámos de forma gradual o restabelecimento deste serviço, o qual tem vindo sustentadamente a ganhar estabilidade", indicou a empresa em comunicado.
Segundo a empresa, foi igualmente possível reestabelecer alguns canais de comunicação com o Serviço de Apoio a Clientes, mas a Vodafone alerta que ainda há constrangimentos e pede "compreensão dos clientes face à instabilidade ainda existente neste serviço".
Já o restabelecimento dos canais digitais, designadamente através da APP My Vodafone, "está a ser outra área de atuação prioritária, com resultados já alcançados mas ainda sem acessibilidade total".
Na rede 4G a empresa diz que "continua também o processo de sustentabilidade da prestação do serviço de dados móveis sobre a rede 4G", que afirma que tem estado "a evoluir favoravelmente, em resultado dos esforços contínuos das nossas equipas técnicas".
O serviço de televisão, que a empresa refere não ter sido diretamente impactado pelo ciberataque, acabou por ter alguns problemas hoje, o que a Vodafone diz ser resultados de "trabalhos em curso e a interligações entre sistemas, estando neste momento em fase final de resolução", impactando um número já bastante residual de clientes.
A empresa confirma que "continuaremos a atualizar os nossos Clientes sobre a evolução da reposição dos serviços sempre que justificável", numa postura de transparência que tem sido elogiada por vários especialistas.
Ontem a Vodafone deu conta de que os problemas que afetaram a sua rede desde as 21 horas do dia 7 de fevereiro se deviam a um ciberataque. Ainda durante a manhã o CEO da empresa, Mário Vaz, fez uma comunicação em conferência de imprensa e respondeu a perguntas sobre o que estava a ser feito para recuperar daquilo que classificou como um "ato terrorista, criminoso, dirigido à nossa rede", direcionado para provocar o máximo impacto e o bloqueio das comunicações.
No total o CEO da Vodafone Portugal admite que, no primeiro momento a indisponibilidade de serviços afetou a totalidade dos 4 milhões de clientes da empresa. A Vodafone Portugal ficou sem dados móveis em 3G e 4G, com dificuldade de ligação com outros operadores nacionais e internacionais, serviços de roaming e serviços fixo de voz. "Temos consciência das consequências do ataque", afirmou, pedindo desculpa a todos os clientes.
O Centro Nacional de Cibersegurança e a Polícia Judiciária estão a trabalhar com a Vodafone para ajudar a identificar os vetores de ataque e a mitigar a situação mas os especialistas contactados pelo SAPO TEK admitem que a reposição da normalidade pode ser morosa, e que vai demorar a perceber a motivação dos atacantes, que ao contrário do que acontece habitualmente não parecem ter motivações financeiras.
A falta de uma revindicação do ataque por um grupo de hackers, ou o pedido de resgate que é habitualmente associado ao ransomware, está também a gerar preocupação e o professor José Tribolet já avançou com a hipóteses de este poder ser uma ciberataque mais vasto, que tem como alvo final outras operações da Vodafone ou mesmo infraestruturas críticas em Portugal, sobretudo pela indicência de ataques de grande dimensão que surgiram em Portugal com o ataque à Impresa, ao Parlamento e à Cofina. As motivações políticas ou de espionagem económica também não foram afastadas como possibilidades.
Ainda hoje a rede da espanhola Movistar registou também problemas mas a Telefónica já veio assumir que se tratou de um problema técnico.
Nota da redação: A notícia foi atualizada com mais informação. Última atualização 19h49
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